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Banco Central mantém pela 5ª vez taxa de juros em 6,5% ao ano

Com isso, Selic permanece no nível mais baixo da série histórica do Copom, iniciada em junho de 1996

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Por Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues
Atualização:

BRASÍLIA - A primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) após a definição eleitoral decidiu, com unanimidade, pela manutenção da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, em 6,50% ao ano. Trata-se do quinto encontro consecutivo sem alteração. Com isso, o juro permanece no nível mais baixo da série histórica do Copom, iniciada em junho de 1996.

Copom manteve a Selic em 6,5% ao ano pela 5ª vez Foto: André Duzek/Estadão

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A decisão era largamente esperada pelos economistas do mercado financeiro. De um total de 61 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, todas esperavam pela manutenção da Selic em 6,50% ao ano na reunião desta semana.

Ao justificar a decisão de hoje, o BC afirmou, por meio de comunicado, que a evolução do cenário básico e do balanço de riscos prescreve manutenção da taxa Selic no nível vigente. "O Copom ressalta que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação", informou o comitê na nota.

No documento, o BC também atualizou suas projeções para a inflação. No cenário de mercado - que utiliza expectativas para câmbio e juros do mercado financeiro, compiladas no relatório Focus -, o BC alterou sua projeção para o IPCA em 2018 de 4,1% para 4,4%. No caso de 2019, a expectativa foi de 4,0% para 4,2%. Já a projeção de inflação para 2020 neste cenário passou de 3,6% para 4,1%.

No cenário de referência, em que o BC utilizou uma Selic fixa a 6,50% e um dólar a R$ 3,70 nos cálculos, a projeção para o IPCA em 2018 continuou em de 4,4%. No caso de 2019, o índice projetado foi de 4,5% para 4,2%. A projeção de inflação para 2020 no cenário de referência passou de 4,2% para 4,1%. As projeções anteriores constaram no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado em setembro

O centro da meta de inflação perseguida pelo BC este ano é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 3,0% a 6,0%). Para 2019, a meta é de 4,25%, com margem de 1,5 ponto (de 2,75% a 5,75%). No caso de 2020, a meta é de 4,0%, com margem de 1,5 ponto (2,5% a 5,5%).

2020 na mira

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 A decisão confirmou que o horizonte relevante para as decisões do colegiado passou a incorporar em parte também o ano de 2020. "O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e balanço de riscos para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui o ano-calendário de 2019 e, em menor grau, de 2020", afirmou o BC em comunicado. 

A decisão de manter a Selic estável em seu piso histórico pela quinta reunião consecutiva novamente foi explicada pelo Copom com o argumento de que conjuntura econômica ainda prescreve uma política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural da economia. 

"Esse estímulo começará a ser removido gradualmente caso o cenário prospectivo para a inflação no horizonte relevante para a política monetária e/ou seu balanço de riscos apresentem piora", repetiu o colegiado. 

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Mais uma vez, o BC ressaltou que a atuação do Copom deve se pautar na evolução das projeções de inflação, no seu balanço de riscos e na evolução atividade econômica. O colegiado reiterou que choques que produzam ajustes de preços relativos - em referência, por exemplo, à alta do câmbio - devem ser combatidos apenas nos seus efeitos secundários sobre a inflação futura. 

"Esses efeitos podem ser mitigados pelo grau de ociosidade na economia e pelas expectativas de inflação ancoradas nas metas", ponderou o Copom. "Portanto, não há relação mecânica entre choques recentes e a política monetária", repetiu o colegiado. 

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