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Banco Central mantém projeção de inflação em 4,0% para 2017 na ata do Copom

O índice previsto para 2018 está em torno de 3,4%

Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Fabrício de Castro , Eduardo Rodrigues e Fernando Nakagawa
Atualização:

BRASÍLIA - A ata do Banco Central (BC) divulgada nesta terça-feira, 17, repetiu as expectativas para a inflação de 2017 que foram divulgadas na semana passada, após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), de reduzir a Selic de 13,75% para 13,00% ao ano. No cenário de referência, que utiliza taxas de câmbio e juros inalteradas em R$ 3,25 e 13,75% ao ano, a projeção de inflação para este ano está em torno de 4,0% e, no de mercado, próxima a 4,4 %.

A ata informou ainda, assim como no comunicado do Copom, que a inflação prevista no cenário de referência para 2018 está em torno de 3,4%. No cenário de mercado, a projeção é de 4,5%.

Na semana passada, o BC surpreendeu o mercado ao reduzir a Selic em 0,75 ponto porcentual Foto: André Dusek/Estadão

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Para os dois anos - 2017 e 2018 -, o centro da meta de inflação perseguida pelo Banco Central é de 4,5%. Há 1,5 ponto porcentual de tolerância para este e o próximo ano (inflação até 6,0%).

Na prática, isso significa que as projeções pelo cenário de referência do BC indicam inflação abaixo do centro da meta em 2017 e 2018. Pelo cenário de mercado, as projeções indicam inflação levemente abaixo do centro este ano e exatamente no centro da meta no próximo.

No Relatório de Mercado Focus publicado ontem, as instituições financeiras projetaram inflação de 4,80% em 2017 e de 4,50% em 2018.

Na semana passada, o BC surpreendeu boa parte do mercado ao reduzir a Selic em 0,75 ponto porcentual - e não em 0,50 ponto. A aceleração do processo de queda dos juros foi justificada pelo fato de as expectativas da inflação estarem ancoradas e pela atividade econômica "aquém do esperado". 

Câmbio.

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O BC ainda informou que mudou sua premissa para o câmbio, de R$ 3,40 do documento anterior para R$ 3,25 no desta terça, 17. A cotação é utilizada para a formação do cenário de referência.

Com isso, o novo valor considerado para o dólar está acima do registrado na ptax (R$ 3,154) do dia em que o colegiado decidiu cortar a Selic de 13,75% para 13,00% ao ano.

O recuo do parâmetro cambial considerado ocorre após a desvalorização mais recente do dólar ante o real. Do encontro de novembro do Copom para o de janeiro, a moeda americana caiu 5,34%.

Selic.

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O BC volta a dizer que avaliou a alternativa de reduzir a taxa básica de juros para 13,25% ao ano e sinalizar uma intensidade maior de queda para a próxima reunião.

O documento repete o comunicado divulgado após a reunião do Copom, realizada na semana passada, para justificar a redução da Selic para 13,00% ao ano, com um corte de 0,75 ponto porcentual, e não de 0,50 p.p. como esperava a maior parte do mercado.

"Entretanto, diante do ambiente com expectativas de inflação ancoradas, o Comitê entende que o atual cenário, com um processo de desinflação mais disseminado e atividade econômica aquém do esperado, já torna apropriada a antecipação do ciclo de distensão da política monetária, permitindo o estabelecimento do novo ritmo de flexibilização", repete o documento.

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De acordo com o Copom, a extensão do ciclo e possíveis revisões no ritmo de flexibilização continuarão dependendo das projeções e expectativas de inflação e da evolução dos fatores de risco mencionados.

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