PUBLICIDADE

Banco Central não espera mais por crescimento do crédito este ano

Instituição passou a prever estabilidade em relação a 2016, quando o saldo chegou a R$ 3,105 trilhões em dezembro

Por Agência Brasil
Atualização:

O Banco Central (BC) revisou a projeção para o crédito bancário no país e agora não espera mais por crescimento dos empréstimos. Em junho, a previsão era de crescimento de 1% para o saldo do crédito. Na revisão da estimativa, divulgada nesta quarta-feira, 27, o BC passou a prever estabilidade, neste ano, em relação a 2016, quando o saldo chegou a R$ 3,105 trilhões em dezembro.

O Banco Central também revisou as projeções para o crédito livre e direcionado. Foto: André Dusek/Estadão

PUBLICIDADE

O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, disse que o crédito não está “liderando” a recuperação da economia, mas apenas seguindo a retomada. “A recuperação está acontecendo, mas é bastante gradual. O crédito está seguindo a recuperação”.

Rocha acrescentou que o crédito para consumo de pessoas físicas, tanto para compra de veículos e casas e o consignado, está avançando, mas os empréstimos para empresas ainda recuam. “O saldo dos empréstimos para pessoas físicas permanece em expansão, há 10 meses seguidos”.

++ Bancos cortam cartões de crédito de clientes com renda mais baixa

Em agosto, o saldo do crédito total ficou em R$ 3,046 trilhões, com retração de 0,1% no mês e de 2,2% em 12 meses. No caso das pessoas físicas, o saldo ficou em R$ 1,609 trilhão, com alta de 0,7% no mês e de 4,6%, em 12 meses. No caso das empresas, houve retração de 1% no mês e de 8,8% em 12 meses, com saldo de R$ 1,437 trilhão.

Crédito livre e direcionado. O BC também revisou as projeções para o crédito livre e direcionado. O crédito livre é aquele em que os bancos têm autonomia para aplicar dinheiro captado no mercado. Já o direcionado tem regras definidas pelo governo, destinados basicamente aos setores habitacional, rural e de infraestrutura. A projeção do BC para o crédito livre passou de estabilidade para crescimento de 0,5% e a do direcionado, de crescimento de 1% para queda de 0,5%.

A maior parte do saldo do crédito livre, que somou R$ 1,526 trilhão em agosto, é para pessoas físicas (R$ 828,1 bilhões). O saldo do crédito direcionado chegou a R$ 1,520 trilhão em agosto,sendoR$ 738,3bilhões para empresas e R$ 781,7 bilhões para pessoas físicas.

Publicidade

De acordo com Rocha, o crédito direcionado para as empresas não se recuperou ao longo do ano, com companhias ainda endividadas.

Rocha falou ainda sobre a liberação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) que, segundo ele, foi usada para consumo e também para quitação de dívidas. “Isso pode de fato abrir espaço para pessoas físicas para novas concessões de crédito no futuro. As pessoas físicas, de fato, têm saído na frente com relação às jurídicas”.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.