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Banco Central vê inflação fechando 2021 acima de 10%, maior índice desde Dilma

No último relatório Focus, economistas pelo BC projetaram alta de 10,05% no IPCA de 2021 e de 5,02% em 2022

Foto do author Eduardo Rodrigues
Foto do author Thaís Barcellos
Por Eduardo Rodrigues e Thaís Barcellos (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - O Banco Central (BC) prevê que a inflação vai fechar este ano em 10,2%. Se confirmada a projeção do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado nesta quinta-feira, 16, será a primeira vez que o índice oficial atinge o patamar de dois dígitos desde 2015 — quando o IPCA somou 10,67% no governo de Dilma Rousseff.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia.

Mulher faz compra em supermercado de Brasília; ainflação é um problema global pós-pandemia Foto: Dida Sampaio/ Estadão - 10/9/2021

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Para 2022, o BC prevê inflação de 4,7%. No último relatório Focus, os economistas consultados semanalmente pelo BC projetaram alta de 10,05% no IPCA de 2021 e de 5,02% em 2022, o que faria com que a autoridade monetária descumprisse a meta por dois anos seguidos. O Banco Central, no entanto, só admite que não cumprirá a meta este ano. Quando isso acontece, o BC tem de escrever uma carta pública explicando as razões.

O centro da meta de inflação, em 2021, é de 3,75%. Pelo sistema vigente no país, será considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25%. Com isso, a projeção do BC, de 10,2%, está bem acima do teto do sistema de metas.

No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,5% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%. Com isso, a estimativa se aproxima mais do teto do sistema de metas. Na última terça, 14, o Banco Central pavimentou a volta dos juros básicos da economia em dois dígitos, ao afirmar, em ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que o mais "adequado" é aumentar a Selic em 1,5 ponto porcentual no próximo encontro do Copom, marcado para fevereiro de 2022.

Probabilidade de inflação acima do teto

O Banco Central informou nesta quinta que, em seu cenário de referência, a probabilidade de a inflação de 2022 ficar acima do teto da meta, de 5,00%, está em 41% - era 17% no documento divulgado em setembro.

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O cálculo tem como base a Selic variando conforme o Relatório de Mercado Focus e o câmbio atualizado com base na Paridade do Poder de Compra (PPC). Já a probabilidade de a inflação ficar abaixo do piso da meta em 2022, de 2%, é de apenas 2%.

Para este ano, a probabilidade de estouro do teto de 5,25% da meta é de 100%. Portanto, há chance zero, segundo o BC, de estouro do piso de 2,25%.

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