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Banco da China inicia operações no Brasil em 2009

Por Anne Warth
Atualização:

Em tempos de crise no sistema financeiro mundial, quebra de bancos e fusões entre instituições tradicionais, o Banco da China recebeu autorização do governo para atuar no Brasil e iniciará suas operações já no início de 2009. A informação foi confirmada pelo embaixador da China no País, Chen Duqing, durante o evento "A crise financeira e seus efeitos no Brasil e na China", realizado hoje na Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), na capital paulista. O decreto que autoriza a atuação do Banco da China no Brasil foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última sexta-feira e publicado na edição de ontem do Diário Oficial da União. O texto reconhece como de interesse do governo brasileiro a participação estrangeira - de até 100% - no capital da instituição, a ser controlada pelo Bank of China Limited, com sede em Pequim, e determina que o Banco Central tome as providências necessárias para a execução do decreto. "O presidente Lula já assinou autorização para a primeira fase. Essa é uma notícia fresca até para mim, e alguns setores do governo da área financeira estão vendo com bons olhos a entrada do Banco da China nesse momento", afirmou o embaixador, que só recebeu a informação hoje. Duqing disse que a autorização para o funcionamento da instituição no País foi solicitada em agosto de 2007. Devido à demora para obter do governo a permissão para atuar no Brasil, o embaixador admitiu que chegou a encorajar o Banco da China a adquirir instituições brasileiras para expandir seus negócios no País. De acordo com o presidente da Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico (CBCDE), Paul Liu, o principal objetivo do Banco da China será facilitar o crédito para empresas chinesas que tiverem interesse em atuar no Brasil. O capital inicial da instituição será de cerca de US$ 100 milhões, mas o embaixador afirmou que o volume poderá aumentar, dependendo da demanda das empresas e da disponibilidade de recursos da matriz. Em termos de ativos, segundo o embaixador, o Banco da China, o Banco da Construção da China e o Banco Industrial e do Comercial da China (ICBC) - todos estatais - estão entre os maiores do mundo. "Na China não falta liquidez, não falta dinheiro, mas tem que saber aplicar, porque dinheiro parado realmente não funciona, não dá para nada", declarou Duqing. Outra instituição chinesa com interesse em ampliar sua atuação no Brasil é o Banco de Desenvolvimento da China, uma espécie de BNDES chinês. O banco já possui um escritório de representação no País, está financiando duas obras e procura oportunidades para a construção de grandes projetos de infra-estrutura, como portos, ferrovias e energia.

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