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Banco do Brasil deve comprar financeiras de veículos, diz Lula

Para presidente, indústria automobilística é um dos carros-chefes da economia do País

Foto do author Leonencio Nossa
Por Tania Monteiro , Leonencio Nossa e BRASÍLIA
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou ontem que o Banco do Brasil deverá entrar de forma significativa no financiamento de carros para pessoas físicas. Em entrevista após almoço com o rei da Jordânia, Abdullah 2º, no Itamaraty, ele manifestou preocupação com queda nas vendas do setor automotivo. "A indústria automobilística tem uma cadeia extraordinária, e não queremos que deixe de ser um dos carros-chefes da economia brasileira." Na conversa com os jornalistas, ele enfatizou que a decisão do banco em expandir os financiamentos de carros, inclusive com a compra de financiadoras, foi permitida pela Medida Provisória nº 443, publicada anteontem no Diário Oficial. "Não é investir no setor automotivo", disse Lula. "A decisão está contida na MP que foi assinada e facilita tanto o Banco do Brasil quanto a Caixa Econômica Federal, que podem adquirir bancos", completou. "O Banco do Brasil não tem expertise para fazer financiamento de automóvel e teria de ter parceria com um banco de investimentos que tivesse." Assessores do governo ressaltaram que a diretoria do Banco do Brasil informou ao presidente que examina a hipótese de aumentar a participação no setor de financiamento de automóveis. Na entrevista, Lula disse não ter detalhes dessa operação do banco, que poderia incluir a compra de financiadoras. Ele ressaltou que a MP 443, que permite ao Banco do Brasil e à Caixa comprar outras instituições financeiras, terá efeitos "a longo prazo". "Eu sei que tem gente que às vezes pergunta: ?Mas como, o presidente anunciou MP ontem e não sofreu nenhum efeito?. Se eu pudesse fazer uma MP e resolver o problema do mundo no dia seguinte, certamente eu estaria contratado para resolver o problema da crise mundial", completou. "A MP tem o cuidado de ser muito cautelosa, pois permite que a gente vá resolvendo os problemas à medida que eles estejam acontecendo, antecipando alguns problemas." Momentos antes, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, dissera em entrevista no Planalto que o Banco do Brasil também poderia financiar montadoras. Assessores do governo disseram que não há nenhum pacote ou medida nesse sentido, no momento atual. "O presidente admite com clareza que o Banco do Brasil pode atuar no setor de financiamento de automóveis, complementar os financiamentos", disse Aécio, que se encontrou com Lula. BANCO DO BRASIL O Banco do Brasil informou que não iria comentar a declaração do presidente, mas adiantou, no entanto, que estuda a compra de carteiras de crédito de financiamento de veículos. O banco já comprou R$ 3 bilhões em carteiras de crédito consignado de outras instituições e negocia agora aquisição de mais R$ 3 bilhões. Nesse grupo, segundo o Banco do Brasil, estão carteiras de veículos. O Banco do Brasil é líder no crédito consignado, mas no mercado de automóveis a sua participação é considerada pequena para o tamanho do banco. O banco entrou nesse mercado há aproximadamente um ano. Segundo o Banco do Brasil, a sua carteira de crédito de veículos é de cerca de R$ 5 bilhões, com a meta de chegar a R$ 6 bilhões no fim do ano. A Medida Provisória nº 443 abre, no entanto, a possibilidade de o Banco do Brasil fazer parcerias com outras instituições financeiras voltadas para o crédito, adquirindo participação. COLABOROU ADRIANA FERNANDES

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