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Banco do Brics demite economista brasileiro

Paulo Nogueira Batista Jr. havia sido indicado ao cargo pela ex-presidente Dilma Rousseff

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Por Ricardo Leopoldo e Adriana Fernandes
Atualização:

WASHINGTON e BRASÍLIA - O Banco do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) comunicou a demissão do economista Paulo Nogueira Batista Jr. da vice-presidência da instituição. O Estadão/Broadcast apurou que ele esteve na semana passada no Palácio do Planalto para tentar reverter a decisão, mas não conseguiu apoio. Indicado ao cargo pela ex-presidente da República, Dilma Rousseff, Nogueira Batista Jr. era alvo de um processo administrativo por assédio moral e quebra de dever contratual por ter feito comentários sobre a política interna brasileira.

Paulo Nogueira Batista Jr. era alvo de processo administrativo por quebra de dever contratual por ter feito comentários sobre a política interna brasileira Foto: Iliya Pitalev/Brics Photohost - 18/6/2015

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Em seus artigos publicados no jornal O Globo, Batista Jr. fez críticas à condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo juiz Sérgio Moro, sem, no entanto, citar o magistrado nominalmente. O economista ressalva nos artigos publicados pelo jornal que, embora fosse vice-presidente do Banco de Desenvolvimento, sediado em Xangai, expressa “seus pontos de vista em caráter pessoal”. Procurado pela reportagem do Estado, Batista Jr. não quis se pronunciar.

O economista tentou que o governo brasileiro o apoiasse para a manutenção do cargo. No entanto, a posição da equipe de Temer era pela saída dele. A demissão precisa ser referendada pela junta de representantes, composta por um nome de cada país. No caso brasileiro, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também votou pela demissão. O placar pela saída do economista foi unânime.

Interno. Em Washington, Meirelles afirmou que a demissão foi um processo interno do banco e que compete à entidade divulgar ou não os motivos do desligamento. Ressaltou que o governo brasileiro não teve nenhuma participação nesse processo.

O ministro afirmou que o governo vai indicar o substituto: “Acredito que é uma questão de duas semanas quando teremos um nome para apresentar”.

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