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Banco dos EUA prevê alta de 30%, em dólar, da Bovespa

Por Agencia Estado
Atualização:

O estrategista-chefe de bolsas para América Latina do banco Salomon Smith Barney, Geoffrey Dennis, escolheu a Brasil como mercado de ações favorito (top pick) na América Latina, mantendo uma recomendação acima da média (overweight). "Estamos recomendando o Brasil de forma bastante agressiva para os nossos investidores neste momento", informou Dennis durante o palestra "Mercados de Ações na América Latina: Existem novas oportunidades?", promovida hoje pelo "Council of The Americas", em Nova York. Dennis estima um retorno em dólar da Bovespa de 30% de agora até o final de 2003, tendo como base uma meta para a Bovespa de 15.000 pontos no final de 2003 e uma taxa de câmbio de R$ 4,25 por dólar. "Embora os economistas do banco mantenham essa projeção de taxa de câmbio, acredito que o real poderá fechar o ano que vem num nível bem mais apreciado do que R$ 4,25 e também do que a taxa observada em 2002, o que significa que o potencial de retorno da Bovespa é maior do que os 30% em dólar que estimo neste momento", disse. Segundo ele, há uma parcela do mercado acreditando que o real poderá ir para um patamar de R$ 3,25/R$ 3,30 por dólar no curto prazo, o que daria um potencial de alta de 10% em dólar. "Até o início de 2003, é bem possível a Bovespa subir de 10% a 15%", afirmou. "Daí poderíamos ver um pouco de realização de lucros porque as pessoas podem ficar nervosas em relação ao que o novo governo pode fazer", disse. Na opinião do estrategista-chefe de bolsas para América Latina do banco Salomon Smith Barney, a "bala mágica" para o Brasil, ou o que a Bovespa tem mais a favor, é o câmbio extremamente alto. "O mercado está muito barato", disse. Além disso, para Dennis, se as previsões de superávit da balança comercial de US$ 15 bilhões se confirmarem para 2003, então o Brasil poderá registrar um déficit de conta corrente de cerca de US$ 5 bilhões. "E o superávit comercial pode ser bem maior do que esses US$ 15 bilhões, o que diminuiria mais ainda o déficit de conta corrente. Isso dará um suporte, um apoio muito grande para os preços dos ativos brasileiros no ano que vem", disse. Diante desse cenário, Dennis acredita que poderá ver um melhor fluxo de capital de estrangeiros para a Bovespa no ano que vem. "A saída de recursos do Brasil vem diminuindo. E se o câmbio continuar firme como temos visto nos últimos dias e se as contas externas melhorarem mais ainda, então veremos algum tipo de entrada de capital para o Brasil, talvez não em volumes grandes, mas de forma constante", disse. Além disso, ele estima uma entrada de investimentos diretos de estrangeiros (FDI, na sigla em inglês) de US$ 15 bilhões. Além do Brasil, o estrategista mantém também uma recomendação acima da média para a bolsa do México.

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