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Banco dos EUA recua e melhora avaliação do Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

Ao admitir um erro de avaliação do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o banco de investimentos norte-americano Goldman Sachs melhorou o Brasil da condição de peso abaixo da média (underweight) na carteira de títulos da dívida para mercados emergentes. Na sexta-feira, em nota enviada a clientes, o banco diminuiu o peso "underweight" de 2% para 1% na revisão do portfólio recomendado para mercados emergentes. Assinado pelo analista Pablo Morra, o relatório explica que mantinha o Brasil com o maior peso "underweight" na carteira até o final de janeiro, com base na visão de que o governo Lula não perseguiria a postura considerada pelo banco como correta em termos de política econômica para lidar com a dívida e a situação fiscal. "Essa visão era baseada na retórica econômica tradicional de esquerda do PT e do presidente Lula. No entanto, estávamos errados. Ao contrário das nossas expectativas originais, o governo está focando nas políticas corretas (ajuste fiscal estrutural e política monetária mais restritiva)", afirma Morra na nota. "Portanto, estamos menos pessimistas em relação às perspectivas econômica e financeira do Brasil." No início de janeiro, o Goldman Sachs já havia reduzido o peso "underweight" para os títulos da dívida do Brasil de 3% para 2% na carteira. Na sexta-feira, aumentou a exposição ao Brasil novamente ao diminuir o peso abaixo da média para 1%. Segundo Morra, o Goldman Sachs mantém um pequeno peso "underweight" na carteira de títulos da dívida por causa de dois fatores que podem provocar baixa nos preços dos títulos brasileiros. O primeiro são os riscos externos. "Os riscos de uma guerra contra o Iraque estão cada vez maiores, o que pode ter um impacto negativo para créditos vulneráveis como o Brasil." O segundo refere-se aos riscos domésticos. "Embora o governo tenha escolhido as políticas corretas, ainda precisa ser confirmado se o governo conseguirá agregar o apoio político suficiente para concretizar seu programa econômico", afirmou o analista.

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