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Banco faz apostas em plataforma digital para atrair clientes

Lançamento do banco digital será feito nas próximas semanas; cerca de 3 mil clientes já utilizam os serviços

Por Monica Scaramuzzo e David Friedlander
Atualização:

O BTG Pactual está criando uma carteira de clientes para atender em uma plataforma digital. Essa operação será oficialmente lançada no fim deste mês e já conta com cerca de 3 mil usuários, que já utilizam os serviços em caráter experimental.

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Roberto Sallouti, copresidente do banco, evita fazer projeções de metas para esse novo negócio do banco, mas está bem animado. “É um movimento que achamos relevante e o banco está focado nessa revolução digital”, disse. Segundo ele, o futuro está na desintermediação do negócio. “É uma área estratégica para o banco.”

Embora não haja metas concretas, Sallouti acredita que esse novo filão pode atingir, nos próximos anos, uma carteira de até 50% do valor do total gerido pelo banco no segmento “wealth management” (gestão de fortunas). De acordo com dados do segundo trimestre do BTG, a área de grandes fortunas tem sob gestão R$ 67,4 bilhões.

O cliente do banco digital é totalmente diferente do perfil tradicional atendido pelo BTG. Para participar do seleto grupo de “wealth management”, é preciso ter, no mínimo, R$ 10 milhões. Na plataforma digital, o limite mínimo para se investir em fundos é de R$ 30 mil. Mas, o cliente poderá investir R$ 3 mil por fundo. O processo de abertura de conta é 100% online, sem intermediário.

Com esse novo negócio, o BTG Pactual passa a seguir uma tendência que começa a se expandir entre os bancos de varejo do Brasil e do mundo.

Começo. Quando assumiu o BTG Pactual, o banqueiro André Esteves queria abraçar o mundo. O banco diversificou sua atuação e se posicionou como uma instituição global ao anunciar a compra do suíço BSI, em julho de 2014. A instituição – que cresceu por meio de aquisições (foi fundado ao comprar as operações do Pactual do suíço UBS) – tinha planos de se associar ao Bradesco e colocar seus pés no varejo.

Em 2012, o BTG deu um passo arriscado com a compra do banco Panamericano, que pertencia ao empresário Silvio Santos, dono do SBT. Após a crise no fim do ano passado, vendeu as divisões da Pan Seguro e Pan Corretora para a francesa CNP. Mas ainda está com o banco Pan nas mãos.

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Sallouti disse que não há intenções de se desfazer do Pan, por enquanto. “Os resultados financeiros não refletem a melhora operacional do banco. Estamos convictos que, em muito breve, os resultados financeiros do Pan vão refletir a melhora operacional que já teve.” O mesmo vale para os 30% que detém no suíço BSI. O BTG deve analisar nos próximos dois a três anos o que deverá fazer com essa fatia. Por ora, é o que restou ao BTG de seu antigo plano de globalização.

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