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Banco inglês diz que economia brasileira "está estagnada"

Por Agencia Estado
Atualização:

O CLSA Emerging Markets, corretora para mercados emergentes do banco Credit Lyonnais, disse que o próximo presidente do Brasil, seja ele quem for, "irá descobrir que a economia do país está virtualmente estagnada". A corretora reduziu a projeção de crescimento do PIB brasileiro em 2002 de 1,5% para 0,6%. "No próximo ano os riscos na implementação operacional e de novas medidas vão continuar presentes e essa incerteza é a principal razão para prevermos que o PIB crescerá apenas 2,3% em 2003", disse o CLSA em relatório para investidores. "Qualquer aceleração no crescimento virá apenas depois de a nova administração estabelecer a confiança entre os investidores e após a queda das taxas de juros para níveis mais normais." Por isso, segundo a corretora, "a retomada do forte crescimento econômico do país não deverá ocorrer antes pelo menos do segundo semestre de 2003. "Vemos pouco espaço para que as taxas de juros de curto prazo declinem antes do primeiro trimestre do próximo ano, mas deverá haver pelo menos algum potencial para uma forte recuperação do real, pois a moeda está hoje substancialmente desvalorizada", disse. A estimativa da corretora para o câmbio no final de 2002 é de R$ 3,00 para cada dólar. A corretora acredita que a inflação irá fechar este ano em 6,2%. A instituição defende que o Brasil não se distancie das "políticas econômicas responsáveis", quem quer que seja o vencedor da eleição presidencial. Por isso, considera "exagerado" o atual sentimento negativo do mercado em relação ao Brasil. "O novo presidente terá pouca escolha em como conduzir a economia, pois abdicar do comprometimento com o FMI iria gerar uma grande crise no balanço de pagamentos", disse a corretora. "Além disso, o Congresso irá limitar a ação do novo presidente e a política do mundo real irá ditar tanto o seu comportamento como a agenda econômica para 2003 e os anos seguintes." A corretora não acredita que cenário de uma moratória seja o mais provável para o Brasil. "A atual carga de pagamento da dívida não é insustentável e está claro que um calote representaria um suicídio político e econômico", afirmou.

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