A onda de fusões e aquisições (M&As, na sigla em inglês) entre corretoras e plataformas de investimento tem por trás o conceito de que essas empresas precisam ter escala, ou seja, um número cada vez maior de clientes, comenta Felipe Bottino, que há um ano comanda o braço de investimentos do banco Inter.
"Nossa cabeça está no aplicativo. Não queremos ter cinco marcas no app", diz.
Como foi o último ano para a plataforma de investimento do Inter?
O ano de 2021 foi muito interessante, porque tivemos a comprovação da nossa tese. Começamos o ano correndo atrás para alcançar as demais plataformas e terminamos o ano hospedando um broker internacional, parte de produtos estruturados e uma comunidade consolidada. Chegamos a 2 milhões de clientes, dobramos no ano. Esses novos produtos e serviços estão atraindo os clientes.
Quanto clientes do Inter investem na plataforma do banco?
Hoje 12% na base dos clientes do Inter são investidores. E nosso custo de aquisição dos clientes é zero, sendo que essa é a linha de maior gasto das corretoras. Eu não preciso ir ao mercado, eu pesco esses investidores na base de clientes do banco. Nossa meta é essa conversão de clientes.
Como você analisa o forte movimento de M&A no setor?
Esse conceito está muito enraizado na visão de necessidade de escala. E isso vem movimentando os M&As no setor. Mas nós temos uma cabeça voltada para o aplicativo. Não queremos ter cinco marcas. É preciso tempo para integrar e acaba ficando com apêndices. Olhamos as oportunidades de mercado, mas temos uma cultura de execução. Não é nossa estratégia (fazer) aquisições, nosso diferencial é ter tudo integrado na plataforma. Tem empresas maravilhosas fazendo isso, mas são estratégias diferentes.