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Banco Julius Baer, da Suíça, entra no mercado brasileiro

Instituição, uma das maiores gestoras de fortunas da Suíça, deve anunciar em breve a compra de participação em gestora do País

Por Luiz Guilherme Gerbelli
Atualização:

O Julius Baer, líder no setor de private banking na Suíça, vai começar a operar no mercado brasileiro este ano. Atraído pelo bom desempenho da economia brasileira nos últimos anos, o grupo vai comprar a parte minoritária de uma empresa brasileira do setor. Segundo fontes, a empresa que está sendo negociada tem capital 100% nacional e foi criada há menos de dez anos.O banco suíço deverá trabalhar principalmente com as operações de wealth management - administração de grandes fortunas. "Já no ano passado nós identificamos que o Brasil era um dos mercados mais promissores para as operações desse tipo", afirmou o CEO Boris Collardi, que confirmou o início das atividades no País, mas não precisou uma data específica.O Brasil será o oitavo país da América Latina a contar com as operações do grupo suíço - elas já são realizadas em países como Argentina, Chile, Peru, Uruguai e Venezuela. As cidades do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte também estão na mira do grupo para receber novos escritórios. "Precisamos identificar onde está o nosso maior potencial (no Brasil) para atender diversos locais", disse Collardi. Ao todo, são 40 escritórios do Julius Baer espalhados por 20 países.Em fevereiro deste ano, Collardi já havia sinalizado o desejo de ingressar no mercado brasileiro por meio de aquisições. A compra de uma empresa brasileira ocorre, principalmente, porque vai permitir ao Julius Baer realizar operações em reais. "Vamos focar nossas atividades no Brasil, que, para nós, é o mercado mais promissor de wealth management no mundo", disse Collardi. Outro fator que pesou para a entrada do Julius Baer no País é o crescente número de milionários brasileiros. Em 2010, uma pesquisa divulgada pela consultoria americana Boston Consulting Group apontou que o Brasil tem 127 mil famílias com patrimônio acima de US$ 1 milhão. Antes do Brasil, a grande aposta do banco foi a Ásia, onde as operações começaram há quatro anos. Dessa forma, a expectativa de Collardi é criar um grande corredor com a China. "A gente pode trazer para os brasileiros o nosso know-how sobre o mercado asiático", afirmou Collardi. "E o mundo também quer saber como anda o Brasil."Resultado. Fundado em 1890, o Julius Baer é o principal grupo de private banking da Suíça. No ano passado, os ativos totais de clientes somaram R$ 478 bilhões e os ativos sob gestão avançaram 10%, para R$ 309 bilhões. Em relação aos investimentos realizados pelo banco no ano passado, eles ficaram divididos principalmente entre bonds (28%), ações (26%) e fundos de investimento (20%).Na comparação com os números de anos anteriores, chama a atenção o crescente aumento do investimento em ações. Em 2008, o porcentual era de apenas 19%. No ano seguinte, essa participação pulou para 22%. Sobre o mercado acionário brasileiro, a avaliação de Collardi é que chegada do Julius Baer vai trazer "um grande valor para os investidores". "Vamos trazer a nossa expertise internacional sobre o mundo para o investidor local", garante o executivo.PARA LEMBRARNúmero de milionários cresce no País Uma pesquisa do Boston Consulting Group apontou que os brasileiros com patrimônio superior a US$ 1 milhão aumentaram a sua importância na economia brasileira nos últimos anos. Em 2008, a participação desse grupo era de 41% da riqueza do País. No ano seguinte, pulou para 44%. Em março deste ano, a revista Forbes indicou que a quantidade de bilionários no País também subiu, passando de 18, em 2009, para 30, em 2010. Somadas, essas fortunas chegam a US$ 131,3 bilhões. O homem mais rico do País é Eike Batista, com patrimônio estimado em US$ 30 bilhões.

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