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Banco Mundial alerta América Latina contra controle de preços

Segundo o Bird, política de contenção da inflação pode ter efeito contrário mais adiante

Por Reuters
Atualização:

Os países latino-americanos deveriam pensar duas vezes sobre a imposição de controle de preços de produtos alimentícios como forma de combate à crescente inflação dos preços dos alimentos, pois essa política pode ter o efeito contrário mais adiante, assinalou o Banco Mundial nesta sexta-feira, 20.   O México se tornou o mais recente país latino-americano a adotar o subsídio de alimentos como meio de suavizar a situação da população, ao anunciar na quarta-feira que vai congelar os preços de cerca de 150 produtos alimentícios.   Brasil, Venezuela, México e outros países subsidiam os preços de combustíveis. Outras nações da região adotaram ou estão estudando outros mecanismos para proteger os pobres, entre os quais muitos que não têm mais condições de alimentar suas famílias por causa dos elevados preços mundiais de energia e dos alimentos.   "Não somos contra subsídios, mas subsídios precisam ter foco e ser efetivos, eficientes e acessíveis", disse a vice-presidente do banco para a América Latina e Caribe, Pamela Cox.   "Em qualquer economia é muito difícil fazer isso com controles generalizados de preços", afirmou ela a repórteres durante visita ao Canadá.   Cox disse que a inflação dos preços dos alimentos é uma "grande questão" em praticamente todos os países da região e alguns terão dificuldades com isso. No geral, o Banco Mundial prevê crescimento econômico por volta de 4,5% este ano na América Latina.   Mas essa expansão pode ser ameaçada no longo prazo se os governos adotarem agora políticas antiinflacionárias erradas, advertiu ela.   Alguns tipos de subsídios poderiam tornar-se muito custosos para os governos e difíceis de serem retirados, mesmo quando a ameaça da inflação se dissipar, e também poderiam absorver recursos de investimentos necessários, como em infra-estrutura, disse ela.   "Se os países estão fazendo agora um balanceamento entre subsídios de curto prazo ao consumo versus o investimento de longo prazo de que precisam, nós ficaremos preocupados com a possibilidade de, no caso de os subsídios permanecerem e absorverem grande fatia do orçamento, terem um impacto de longo prazo sobre o crescimento da região", afirmou ela.   Cox defendeu mais confiança em programas de governo que transferem renda para os segmentos mais pobres da população, em vez de subsídios de preços.

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