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Banco Mundial alerta que economia da Rússia irá estagnar nos próximos 2 anos

Por LIDIA KELLY
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A economia da Rússia deve estagnar nos próximos dois anos conforme o país paga o preço pela crise na Ucrânia, falta de reformas estruturais e política econômica incerta, disse o Banco Mundial nesta quarta-feira. Em uma perspectiva muito mais pessimista do que a do governo russo, o banco sediado em Washington estimou que a economia crescerá apenas 0,3 por cento no próximo ano e pode sofrer contração caso haja uma escalada da crise ucraniana. O Produto Interno Bruto (PIB) da Rússia em 2016 crescerá 0,4 por cento, segundo o Banco Mundial. O governo russo estima crescimento de 1,2 por cento em 2015 e 2 por cento em 2016. "Não acreditamos que o crescimento do investimento está acelerando tanto quanto o governo acredita", disse a economista do Banco Mundial para Rússia, Birgit Hansl, a jornalistas. "Eles presumem que monopólios estarão investindo ... nós esperamos um impulso de investimento menos forte", disse ela. As sanções impostas pelos Estados Unidos e pela Europa devido ao envolvimento russo na Ucrânia vai refrear os investimentos, enquanto o crescimento do consumo nos próximos anos --um importante motor por trás da economia da Rússia-- será limitado. "Acesso mais restrito de companhias e bancos russos a financiamento externo (devido às sanções) provavelmente já afetou decisões de investimento, levando a um atraso ou uma redução de programas de investimento", disse o Banco Mundial em seu relatório bianual sobre a Rússia. "Esperamos que essa tendência piore durante o segundo semestre de 2014 e por todo 2015, quando o impacto das sanções adicionais será sentido, podendo levar a um período de quase estagnação". O crescimento do consumo provavelmente irá desacelerar para 0,5 por cento em 2015 ante cerca de 2 por cento neste ano, estima o banco. O Banco Mundial projeta que a economia crescerá 0,5 por cento neste ano, em linha com a estimativa do governo, após prever em março, depois da anexação da região ucraniana da Crimeia pela Rússia, que a Rússia corria o risco de cair em recessão. "As boas notícias são que a Rússia escapou da recessão", disse Hansl.

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