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Banco Mundial revisa para baixo crescimento da China em 2009

Economia deve crescer 7,5%, e não 9,2%, no próximo ano, segundo a entidade.

Por Marina Wentzel
Atualização:

O Banco Mundial revisou para baixo - de 9,2% para 7,5% - a sua estima de crescimento da economia da China em 2009, segundo um relatório divulgado nesta terça-feira pela entidade. Se confirmada a previsão, seria o ritmo de crescimento mais baixo observado no país desde 1990. O documento sugere que apesar de a expansão de 7,5% ser considerada "baixa" para os padrões da China, esse desempenho ainda é muito superior aos níveis que deverão ser registrados no Ocidente e colocará o país em uma situação relativamente confortável no período de recessão internacional que se aproxima. Apesar da posição vantajosa em relação à Europa e os Estados Unidos, o governo da China tem tomado providências para garantir que o desenvolvimento da economia não esfrie ainda mais. Incentivo Pequim está discutindo com o Banco Mundial empréstimos e linhas de crédito para a China e outros emergentes, para garantir recursos para obras estatais que possam gerar empregos e incentivar o consumo, disse o presidente da instituição na China, David Dollar. De acordo com o estudo da organização, mais de 50% das exportações chinesas têm como destino países emergentes. A desaceleração econômica dos emergentes deve provocar uma queda na produção e fechamento das empresas chinesas. No começo do mês, o governo anunciou um pacote de estímulo no total de US$ 586 bilhões, que inclui forte investimento em obras de infra-estrutura e subsídios ao consumo nas classes urbana e rural. Essas medidas e outros gastos estatais terão forte impacto na economia, prevê o Banco Mundial. "Nossa previsão para 2009 é de um crescimento do PIB por volta de 7,5% e mais da metade disso se origina em gastos influenciados pelo governo", afirmou o economista sênior e principal autor do relatório, Louis Kuijs. Dollar, o presidente da organização na China, elogiou a iniciativa do governo e comentou as medidas do pacote. "A ênfase será em acelerar e aumentar a infra-estrutura e outros investimentos", disse em uma declaração à imprensa. "Muitos projetos focarão em um desenvolvimento amplo de longo prazo e na melhoria do padrão de vida" completou. Tendência negativa O relatório ainda afirma que apesar do mercado financeiro na China ser isolado e fortemente controlado, a economia como um todo não é independente do resto do mundo e, portanto, não conseguirá se "descolar" da tendência negativa que abala os Estados Unidos, Europa e Japão. A estimativa da instituição é de que a economia mundial encerre 2008 com um crescimento de 3% - reduzindo 1,1 ponto percentual dos 4,1% observados em 2007 - e chegue a regredir mais ainda, registrando crescimento de apenas 1% no ao que vem. O Banco Mundial também estima que os níveis de investimento privado terão retração significativa no ano que vem e o mercado imobiliário "seguirá enfraquecendo". A inflação, no entanto, não será um problema, aponta o relatório. O índice tem retrocedido rapidamente e registrou 4% em outubro passado, menos da metade dos 8,7% observados em fevereiro. No começo deste ano as lideranças chinesas anunciaram que combater a alta nos preços e esfriar a economia, que estava superaquecida, era a prioridade, mas com a perspectiva de crise mundial o cenário se inverteu e Pequim não se preocupa mais com o índice de preços ao consumidor. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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