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Banco sondou mercado após a divulgação do PIB fraco

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Por Célia Froufe (Broadcast)
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O dado fraco do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre de 2008, divulgado terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), levou o Banco Central a consultar novamente o mercado, no primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), sobre o rumo da Selic. A informação foi obtida pela Agência Estado com duas fontes consultadas pela autoridade monetária. Procurado, o BC afirmou que não comentaria o assunto. Essas sondagens são comuns, pelo que apurou a AE. Geralmente, são feitas até a sexta-feira que antecede a reunião do Copom. Desta vez, no entanto, a avaliação do BC, segundo as fontes, é de que o PIB mais fraco do que o esperado (caiu 3,6% no quarto trimestre) teria tornado defasadas as estimativas anteriores. E isso teria contribuído para o BC refazer a consulta ao mercado. Para se ter uma ideia, na quinta-feira da semana passada, o AE Projeções consultou 59 instituições, das quais 53 contavam com um corte de 1 ponto na Selic. Anteontem, antes da divulgação do resultado do PIB, nova pesquisa mostrou que, entre 58 ouvidos, as apostas estavam mais divididas, entre 1 (30 instituições) e 1,5 ponto (24 instituições). Além disso, as estimativas de corte abaixo de 1 ponto foram suprimidas, ao mesmo tempo em que surgiram previsões de corte mais agressivo, na casa de 2 pontos. Após o PIB, mais mudanças foram detectadas. Segundo uma terceira fonte consultada pela AE, essas pesquisas são feitas com os departamentos econômicos das instituições financeiras, por meio da Gerência Executiva de Relacionamento com Investidores, em Brasília. Ao mesmo tempo, técnicos do Departamento de Operações de Mercado Aberto (Demab), no Rio, fazem contato telefônico com os dealers. Esta não foi a primeira vez que uma informação macroeconômica considerada relevante para a decisão de política monetária teria disparado o recall pelo BC. De qualquer forma, as informações seriam de uso exclusivo dos membros do Copom e não circulariam no mercado. Pelo que a AE apurou, o BC teve em mãos um prognóstico muito mais agressivo em relação ao corte da Selic do que há cinco dias. Muitos que haviam fixado suas apostas de corte em 1 ponto reavaliaram o cenário e passaram a projetar cortes de 1,25 e 1,5 ponto porcentual.

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