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Bancos americanos vão devolver US$ 68 bilhões

Dez dos maiores bancos dos EUA foram autorizados pelo Departamento do Tesouro a reembolsar aos cofres públicos ajuda financeira anticrise

Por Agências internacionais e WASHINGTON
Atualização:

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos abriu caminho para que dez dos maiores bancos do país devolvam aos cofres públicos os bilhões de dólares injetados como ajuda para suportar a crise financeira. Até o fim do ano, eles devem retornar cerca US$ 68 bilhões, mais que o dobro dos US$ 25 bilhões esperados inicialmente pelo governo para o período. Desde outubro, o Tesouro já injetou cerca de US$ 200 bilhões em mais de 600 instituições financeiras pequenas e grandes. O presidente americano, Barack Obama, disse que os contribuintes "na realidade, terão lucro" com a ajuda. Mas fez um alerta aos bancos: "O reembolso desses fundos não significa o perdão pelos excessos passados ou permissão para futuros atos de má-fé". O JPMorgan Chase, que recebeu a maior quantia, está entre os bancos considerados fortes o suficiente pelos reguladores federais para deixar o Programa de Recuperação de Ativos Problemáticos (Tarp, na sigla em inglês). E deve devolver integralmente os US$ 25 bilhões que recebeu. Goldman Sachs e Morgan Stanley, que foram socorridos com US$ 10 bilhões cada, também farão o reembolso integral. O Goldman deve recomprar as ações preferenciais que haviam sido trocadas com o Tesouro americano. "Estamos gratos pelos esforços extraordinários do governo e contentes por conseguirmos devolver os recursos do Tesouro investidos no Goldman Sachs", disse o banco. Em comunicado, o Morgan Stanley disse que o pagamento "reflete tanto sua posição sólida quanto o papel sistêmico importante que o Tarp exerceu para ajudar a estabilizar o sistema bancário dos EUA desde o auge da crise financeira." A administração Obama espera que o rápido reembolso mostre que os programas de recuperação econômica estão surtindo efeito, mesmo com a economia ainda frágil. "Esses reembolsos são um sinal encorajador da recuperação financeira, mas ainda temos trabalho a fazer", afirmou o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, em comunicado. Pela primeira vez depois de muitos meses, diz a nota, esses bancos emitiram dívidas de longo prazo não garantidas pelo governo. "As devoluções se seguem a um período no qual os bancos levantaram capital de investidores privados de forma bem-sucedida." As demais instituições autorizadas a fazer a devolução ao Tesouro são: U.S. Bancorp, Capital One Financial, BB&T, Bank of New York Mellon, Northern Trust Corporation, American Express e State Street. A American Express vai recomprar US$ 3,39 bilhões em ações preferenciais. A State Street vai resgatar todas as 20 mil ações adquiridas pelo Tesouro americano, em troca de US$ 2 bilhões. O U.S. Bancorp prevê um encargo combinado de US$ 0,15 por ação com a recompra de US$ 6,6 bilhões em papéis preferenciais. O Capital One disse que deve honrar US$ 3,55 bilhões "nas próximas semanas". Ao devolver a ajuda, os bancos se livram das rígidas restrições impostas pelo governo americano ao uso do dinheiro público sobre dividendos e pagamentos aos executivos. Vinte e dois bancos, principalmente pequenos, já tomaram iniciativas de reembolso e somaram menos de US$ 2 bilhões.

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