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Bancos apostam em queda do calote

Bancos e empresas especializadas em recuperação e administração de crédito de terceiros não detectaram aumento da inadimplência em agosto.

Por Agencia Estado
Atualização:

Bancos e empresas especializadas em recuperação e administração de crédito de terceiros não detectaram aumento dos índices de inadimplência em agosto. As carteiras de crédito do Sudameris não registraram repiques nos indicadores de calote. O diretor-financeiro do Sudameris, Rafael Cardoso, diz que algum aumento que houver será apenas um repique, mas não uma tendência. No seu banco, ele afirma que o índice de atraso no pagamento não está aumentando. Ele lembra, no entanto, que houve crescimento das carteiras de crédito e, na sua avaliação, é normal que os índices de atraso no pagamento subam devido ao aumento dos volumes de dinheiro emprestado. Para sustentar que o possível repique não se trata de uma tendência, Cardoso diz que, apesar da queda de confiança do consumidor, a renda está constante e o emprego está em expansão. Por isso não haveria motivos para a inadimplência aumentar. Outro fator é que os bancos estão melhorando os processos de concessão de crédito. Por esse motivo, o atraso não estaria, ainda, sendo sentido no setor bancário. "Pode ser que isso esteja acontecendo mais no leasing e no Crédito Direto ao Consumidor (CDC)", ressalta. Recuperação de atrasados está elevada O presidente da Associação Brasileira de Recuperação de Crédito, Rogério Bonfiglioli, afirma que a recuperação de créditos atrasados está mais elevada do que os novos calotes. Para ele, o setor ainda não sentiu o aumento da inadimplência. Tradicionalmente, as empresas de cobrança são as primeiras a perceberem o calote. Ele lembra também que houve aumento das vendas. De janeiro a agosto desse ano, o crescimento foi de 10%, o mesmo apurado em todo 1999. Outro fator que poderia estar ampliando o risco de crédito é o alongamento nos prazos. No setor de veículos, por exemplo, a média passou de 12 para 18 meses, sendo que vários bancos começaram a financiar por 36 meses. Há quem financie em até 60 meses. No caso dos eletrodomésticos e bens de pequeno valor, a média passou de cinco para sete meses. Na Servloj, empresa especializada na administração e aprovação do crédito de 200 mil carnês por mês, a inadimplência continua caindo lentamente, afirma o diretor-geral, Oswaldo Queiróz. No mês passado, o atraso de 1 a 30 dias após a data de vencimento da parcela representava 26% dos créditos a receber. Em julho, o indicador era de 27,4%. Em setembro do ano passado, esse índice estava em 34,6%.

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