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Bancos centrais voltam a injetar recursos no sistema financeiro

Por DAVID MILLIKEN E GLENN SOMERVILLE
Atualização:

O Federal Reserve e o Banco Central Europeu (BCE) injetaram recursos no sistema financeiro pelo segundo dia para evitar uma crise global de crédito. Os bancos centrais colocaram pelo menos 323,3 bilhões de dólares no mercado nas últimas 48 horas. A ação desta sexta-feira ocorreu depois que os bancos centrais da Ásia juntaram-se a uma campanha para garantir liquidez aos mercados, abatidos por problemas em bancos e fundos expostos a investimentos de risco ligados ao setor hipotecário norte-americano. O Fed disse que está pronto para prover recursos emergenciais aos bancos se ainda for necessário após a injeção de 35 bilhões de dólares em duas operações nesta sexta-feira. Em um comunicado, o Fed informou que "está provendo liquidez para permitir o funcionamento ordenado dos mercados financeiros". Tais comunicados são incomuns e o última havia sido emitido após os ataques de 11 de setembro de 2001. O BCE colocou 61,05 bilhões de euros no mercado, menos que a cifra recorde da véspera. O Banco do Canadá também voltou a injetar recursos no sistema financeiro. O banco central suíço ofereceu dinheiro a taxas abaixo do mercado pelo segundo dia consecutivo. O Banco do Japão e o BC australiano colocaram mais dinheiro que de costume no mercado para evitar que as taxas de curto prazo saltassem, embora em escala bem menor que o BCE. "O que os bancos centrais estão fazendo é um esforço concentrado para injetar liquidez", afirmou Jimmy Koh, estrategista de câmbio do United Overseas Bank. Para um operador na zona do euro, "o BCE está criando confiança". No mercado de câmbio, o euro caiu para o menor nível em três meses frente ao iene. O maior banco alemão listado em bolsa, o Deutsche Bank, agiu para controlar as preocupações de investidores. Sua divisão de fundos mútuos manteve aberto um fundo mesmo com perdas profundas. A decisão contrasta com a do BNP Paribas, que congelou três fundos na quinta-feira --provocando turbulência no mercado. A Alemanha tem sido alvo de rumores sobre problemas bancários desde a crise com o IKB. Malásia, Indonésia, Filipinas e Taiwan agiram para sustentar suas moedas vendendo dólares no mercado, segundo operadores. Os bancos centrais acalmaram um pouco os mercados, mas outros problemas ligados ao mercado de crédito de risco (subprime) devem aparecer nas próximas semanas, disse Moe Ibrahim, administrador de fundos do The Asia Debt Fund em Cingapura, que gerencia cerca de 365 milhões de dólares.

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