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Bancos começam liberação parcial do confisco na Argentina

Por Agencia Estado
Atualização:

Os bancos instalados na Argentina começarão amanhã a entregar para seus correntistas parte dos depósitos que estavam retidos dentro do semi-congelamento de depósitos bancários, no que constitui a primeira flexibilização do confisco. Os correntistas poderão retirar um teto máximo de 7 mil pesos (US$ 1,84 mil) de seus prazos fixos. Este valor máximo, por cada pessoa, chegaria até 9,5 mil pesos (US$ 2,36 mil) por causa do Coeficiente Econômico de Referência (CER), que consiste em um reajuste baseado na inflação, além dos juros. Calcula-se que 60% dos correntistas do sistema financeiro argentino - o equivalente a 640 mil pessoas - seriam beneficiadas com a medida, o que permitiria que 1,7 bilhão de pesos (US$ 447 milhões) voltassem a circular livremente. Os analistas estão divididos sobre o destino que estes fundos terão nos próximos dias. Alguns consideram que serão imediatamente destinados à compra de dólares, enquanto que outros consideram que a relativa calmaria que a Argentina viveu nas últimas semanas faria que os depósitos permanecessem, em boa parte, dentro dos bancos. Para segurar estes clientes, os bancos oferecem taxas de juros elevadas. Atualmente, os bancos pagam entre 15% a 30%. Analistas consideram que a liberação parcial do confisco causará um aumento de 5% nas taxas. No entanto, tudo dependerá das negociações do governo argentino para conseguir um acordo financeiro com o FMI, o que poderia garantir a estabilidade das reservas internacionais do Banco Central. Além disso, na city financeira portenha existe o temor de que a alta do dólar no Brasil poderia atravessar a fronteira e causar um eventual "contágio" na Argentina. Os primeiros sinais de que isso estaria ocorrendo começaram a meados da semana passada, quando - pela primeira vez em três meses - o dólar voltou a passar a faixa de 3,75 pesos. O "corralito", como é conhecido o semi-congelamento bancário, foi criado em dezembro do ano passado pelo ex-ministro da Economia, Domingo Cavallo, e implicou no confisco dos depósitos de conta corrente. Mas pouco depois, em janeiro, o novo ministro, na época, Jorge Remes Lenicov, ampliou o confisco criando o "corralón", que abarcou os prazos fixos. A liberação dos fundos a partir de amanhã corresponde ao "corralón". O limite obrigatório é de 7 mil pesos. No entanto, os bancos que quiserem entregar a seus correntistas até 10 mil pesos (US$ 2,6 mil) estão autorizados a fazê-lo. O Banco Río e o BBVA Francés entregarão até 10 mil. Com o CER e os juros, a quantia máxima por pessoa chegaria até 13,5 mil pesos (US$ 3,55 mil).

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