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Bancos de investimento se preparam para adotar as reuniões virtuais no pós-pandemia

Por meio de aplicativos, gestoras conseguiram aumentar não apenas o número, mas também o alcance dos encontros; fundos já consideram equilibrar reuniões presenciais com virtuais no futuro

Foto do author Fernanda Guimarães
Por Fernanda Guimarães
Atualização:

A pandemia de covid-19 paralisou mais de duas dezenas de ofertas de ações que estavam perto de serem lançadas, dada a volatilidade sem precedentes dos mercados globais naquele momento. Apesar do choque inicial, estímulos na casa de trilhões de dólares pelos bancos centrais em todo o mundo e taxa de juros reais rondando o zero no Brasil, fez a fila de candidatas a abrirem capital na B3 começar a andar muito rapidamente. Com isso, veio junto uma novidade para a realização de uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) em tempos de quarentena mandatória para conter o ritmo de disseminação do vírus: ofertas feitas, do início ao fim, virtualmente.

Com o uso de Zoom, Webex, Teams e tantos outros aplicativos que se tornaram populares na quarentena, o número de reuniões para a realização das ofertas cresceu. O responsável pelo banco de investimento do Bradesco BBI, Alessandro Farkuh, afirma que a quantidade de reuniões nesse período está sendo de 20% a 30% superior a do período pré-pandemia. E o acesso a mais investidores, de outras regiões, aumentou nessa esteira. Fundos da América Latina, Ásia, Estados Unidos e Europa estão participando desses encontros.

Bancos de investimento vão equilibrar encontros presenciais com reuniões virtuais. Foto: Zoom/Divulgação

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"Os roadshows virtuais têm permitido acessarmos mais investidores por transação e, por vezes, com mais frequência. IPOs ganham tração a medida que os investidores conhecem a companhia a fundo e isso exige dedicação extra dos executivos. Virtualmente, conseguimos conciliar a agenda da gestora e investidores de forma mais intensa numa janela de tempo menor", frisa o executivo do Bradesco BBI.

O chefe da área de banco de investimentos do Credit Suisse, Bruno Fontana, afirma que o modelo no mundo pós-pandemia será um híbrido, entre reuniões virtuais e presenciais. Com isso, destaca, será possível agregar mais regiões aos roadshows, como mais investidores da América Latina ou Ásia, que acabavam não sendo contemplados já que as reuniões, quando presenciais, englobavam Estados Unidos e Europa.

Nesse momento, após cinco meses de pandemia e de quarentena e com um mercado muito aquecido, os responsáveis em estruturar uma oferta de ações já podem dizer que têm experiência em montar uma emissão e falar com investidores de forma virtual. Na pandemia, já foram seis ofertas iniciais de ações e oito ofertas subsequentes, os follow-ons, até aqui.

"Acredito que pós-pandemia vamos ter o melhor dos dois mundos. Processos totalmente virtuais para emissores frequentes e follow-ons, tocados do escritório dos bancos; e nos casos de IPOs e histórias mais complexas, companhias e banqueiros viajarão para os principais centros financeiros e farão um híbrido de reuniões presenciais com nomes mais estratégicos e, virtuais, com investidores de outras geografias ou que já conheçam o case", prevê Farkuh, do Bradesco BBI.

"Os roadshows virtuais têm funcionado muito bem e, provavelmente, os roadshows pós-pandemia serão feitos, pelo menos em parte, neste formato", comenta o diretor-executivo de Corporate & Investment Banking do Itaú BBA, Cristiano Guimarães.

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