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Bancos depositam menos no BC após medida punitiva

Por Fernando Nakagawa
Atualização:

O Banco Central divulgou hoje que, com a entrada em vigor das novas regras do depósito compulsório, os bancos recolheram na última sexta-feira (dia 14), R$ 10,006 bilhões em dinheiro relativos aos depósitos a prazo, apenas um terço do previsto pelo BC. A partir daquela data, a autoridade monetária determinou que 30% do recolhimento compulsório de tais depósitos deveria ser feito em títulos e 70%, em dinheiro, sem remuneração. A medida é a mais dura tomada até agora pelo BC no esforço de aumentar a liquidez do mercado ao punir bancos que mantêm dinheiro em caixa ao invés de ampliar a oferta de crédito. Em 30 de outubro, quando a alteração da regra foi anunciada, o BC calculava que a decisão faria com que cerca de R$ 29,5 bilhões que estavam recolhidos em títulos deveriam passar a ser depositados em dinheiro, o que levaria os bancos a deixar de receber parte dos juros. Mas o valor recolhido em dinheiro, de R$ 10 bilhões, indica que cerca de R$ 19,5 bilhões foram utilizados na compra de carteiras de crédito pelas instituições, já que a compra de carteiras gera, para o comprador, abatimento do valor a ser recolhido em dinheiro. Diante dessa vantagem, não foram recolhidos os R$ 29,5 bilhões originalmente previstos pelo BC. Desde sexta, instituições financeiras podem recolher apenas 30% dos depósitos a prazo - como os CDBs - em títulos públicos, o que rende a taxa Selic ao banco. Os 70% restantes devem ser depositados em dinheiro junto ao BC, valor que não recebe qualquer remuneração à instituição financeira. Antes da medida, 100% do montante era recolhido em papéis do Tesouro Nacional e gerava juros.

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