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Bancos do Japão querem capital, montadoras pedem ajuda

Por MIKE PEACOCK
Atualização:

Os mercados financeiros abriam os negócios desta quarta-feira avaliando a tentativa do terceiro maior banco do Japão de levantar capital, a preocupante situação das montadoras nos Estados Unidos e a informação de que o banco central britânico considerou um corte do juro ainda mais acentuado que o anunciado no início do mês. O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, disse que a profunda crise financeira marca a primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial que as finanças do mundo industrializado estão em risco. Para Trichet, a situação pode ser resolvida por meio de esforços conjuntos de bancos centrais e governos, mas com participação fundamental do setor privado. Ele evitou, entretanto, indicar quanto tempo levará para que isso seja feito. "Isso vai levar tempo, mas todos temos que estar prontos para assumirmos nossas responsabilidades em um episódio difícil", afirmou o presidente do BCE ao canal de TV Sky na noite de terça-feira. O Banco da Inglaterra parece compartilhar dessa avaliação. Segundo a ata da última reunião do BC britânico, quando a taxa básica de juro foi cortada em 1,5 ponto percentual, a autoridade monetária chegou a considerar um corte ainda maior para tentar enfrentar a recessão que agora está confirmada. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) disse que a economia da Espanha irá encolher 0,9 por cento no próximo ano por conta da queda na construção de moradias e dos gastos dos consumidores. A zona do euro, que inclui a Espanha, já está em recessão. A LUTA DOS JAPONESES O terceiro maior banco do Japão, o Sumitomo Mitsui Financial Group, informou que planeja levantar ao menos 2,9 bilhões de dólares por meio da emissão de ações preferenciais para aumentar seu capital, afetado pela elevação de empréstimos de baixa qualidade. Até pouco tempo consideradas instituições que passaram ilesas pela crise financeira, os bancos japoneses estão lutando para levantar recursos à medida que a recessão e a queda do mercado doméstico de ações afeta seus balanços. O presidente-executivo da Nomura Holdings, maior corretora japonesa, deu um toque de esperança ao afirmar que a crise global de liquidez acabou. Mas, ao mesmo tempo, ele afirmou que o problema agora é a chamada economia real. "A próxima etapa vai depender de como as nações do mundo vão dar apoio financeiro", particularmente na China, afirmou Kenichi Watanabe durante um almoço com jornalistas. Autoridades ao redor do mundo têm recapitalizado bancos, injetado recursos nos mercados abertos --que ficaram congelados por um tempo-- e buscado reanimar suas economias, medidas que tem um custo estimado de aproximadamnte 5 trilhões de dólares.

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