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Bancos espanhóis ameaçam sair da Argentina

Por Agencia Estado
Atualização:

O jornal espanhol Cinco Dias disse hoje que o Banco Santander Central Hispano (BSCH) e o BBVA estão ameaçando abandonar os seus investimentos na Argentina se o governo do presidente Eduardo Duhalde não alterar as novas medidas econômicas, que ameaçam a quebra do sistema financeiro. Os dois bancos comunicaram seus planos ao governo espanhol. Segundo o diário, o BSCH e o BBVA não estão dispostos a injetar mais fundos na Argentina nem apoiar o país se Duhalde não alterar o plano econômico de emergência. Além disso, pretendem sair do país se houver uma quebra do sistema financeiro. Na reunião do conselho de administração do BSCH, realizada na segunda-feira passada, o principal tema debatido foi justamente a posição do banco na Argentina. O mesmo deverá ocorrer no próximo dia 29, na reunião do conselho do BBVA Na semana passada, o ministro da economia da Espanha, Rodrigo Rato, manteve uma reunião com os diretores das empresas espanholas com maiores investimentos na Argentina (BBVA, Santander, Repsol, Telefónica, Iberdrola e Endesa). A mensagem que o governo queria transmitir a essas empresas era que, apesar da crise argentina, Madri pretendia colaborar com o país. Mas a precariedade do plano econômico argentino fez com que o governo espanhol pedisse o apoio da União Européia (UE). Na terça-feira passada, a Comissão Européia elaborou um documento, que será debatido na próxima semana e que deverá balizar a posição dos quinze países europeus em relação à Argentina. A comissão cita a Espanha e suas corporações como as mais prejudicadas pelas novas medidas econômicas e diz que o plano econômico de Duhalde "carece de fatores que lhe tragam credibilidade.". A saída do BSCH (controla o banco Río de La Plata) e do BBVA (que controla 68% do Banco Francês) da Argentina causaria grandes perdas para os dois bancos. Segundo o Cinco Dias, o impacto em seus resultados seria inferior a 10% (8% no caso do Santander e 5% para o BBVA). Se o sistema bancário argentino quebrar, o Santander perderia US$ 1,7 bilhão e o BBVA cerca de US$ 700 milhões. Fontes oficiais do Santander disseram ao jornal espanhol que o banco não tem mais intenções de investir no país. Ontem, um graduado diretor do BBVA disse à Agência Estado que o "banco decidiu diminuir drasticamente sua posição na América Latina por causa da Argentina". Leia o especial

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