Publicidade

Bancos estão comprando carteiras de crédito, diz Febraban

Segundo economista da Federação, medida de reduzir compulsório para facilitar compra está surtindo efeito

Foto do author Adriana Fernandes
Por Adriana Fernandes e da Agência Estado
Atualização:

O economista-chefe da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg, informou nesta quarta-feira, 8, à Agência Estado que as informações que a entidade dispõe são de que os bancos privados também estão adquirindo carteiras de crédito de outros bancos.   Veja também: BC vende dólares pela 1ª vez desde fevereiro de 2003 Mantega convoca reunião de emergência do G-20 sobre crise Fed lidera corte global de juro e taxa cai 0,5 ponto percentual Especialistas dão dicas de como agir no meio da crise Crise pode trazer executivos brasileiros de volta ao País Entenda o pacote anticrise que passou no Senado dos EUA  A cronologia da crise financeira  Veja como a crise econômica já afetou o Brasil  Entenda a crise nos EUA    Segundo ele, o processo se dá "aos poucos" porque os bancos têm que fazer análise das carteiras que estão sendo adquiridas. "Essa é a tendência", disse o economista. Segundo ele, a liberação dos compulsórios facilitando a compra de carteiras de crédito dos bancos foi uma medida "boa e inteligente", mas que demanda algum tempo. "A medida já começou a surtir efeito", disse.   Na avaliação do economista da Febraban, à medida que o quadro de alta volatilidade diminuir e esse momento mais agudo da crise passar, o movimento de compra dessas carteiras vai deslanchar. Para ele, as eleições nos Estados Unidos estão dificultando que essa fase mais aguda da crise seja superada.   Segundo ele, os bancos privados têm interesse nas carteiras de forma geral, como, por exemplo, crédito consignado, de veículos e de cartão de crédito. Sardenberg destacou como uma vantagem hoje para o Brasil o fato de os compulsórios estarem em nível elevado. Isso porque, segundo ele, dá "margem de manobra importante" para o BC administrar a liquidez.   Unibanco   Nesta quarta, o Unibanco divulgou que estuda a compra de carteiras de crédito nas condições estabelecidas na circular nº 3407 do Banco Central, que inclui o desconto de 40% sobre o valor do recolhimento do compulsório sobre depósitos a prazo. A declaração foi dada via assessoria de imprensa. Já a Caixa Econômica Federal (CEF) irá comprar ao menos 12 carteiras de consignado, sendo que há potencial para que o número de negócios fechados chegue a 20, disse também a assessoria de imprensa. O mesmo interesse tem o Banco do Brasil nesse segmento, que já confirmou que está comprando carteira de crédito consignado de outros bancos.   Ao final de junho, o Unibanco tinha uma carteira de consignado de R$ 4,499 bilhões, valor 22,1% superior ao registrado no mesmo mês de 2007. Desse total, R$ 2,625 bilhões eram de crédito adquiridos de outras instituições, como o Cruzeiro do Sul.   O Banco do Brasil é líder no segmento de crédito consignado, com carteira de R$ 14 bilhões em junho, um crescimento de 37,9% em relação ao mesmo mês do ano passado. O banco privado tem uma participação de 20% nesse mercado.   Na última segunda-feira, o presidente da Nossa Caixa, Milton Luiz de Melo Santos, afirmou que até o final do mês a instituição deverá anunciar um número "considerável" de acordos para a compra de carteiras de crédito, mas ressaltou que as negociações tiveram início antes da medida do BC que tornou mais atrativo aos grandes bancos esse tipo de aquisição. As negociações ocorrem com seis instituições.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.