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Bancos europeus se mobilizam para potenciais ações derivadas do escândalo da Libor

As notícias de que a polícia italiana agora está envolvida nas investigações reforçam noção de que escândalo pode levar anos para ser esclarecido

Por Álvaro Campos , da Agência Estado e com informações da Dow Jones
Atualização:

NOVA YORK - O escândalo de manipulação da taxa interbancária de Londres (Libor) pelo banco britânico Barclays, em 2008, continua a repercutir. A polícia da Itália visitou os escritórios da instituição em Milão hoje e confiscou documentos, em uma investigação abrangendo também a taxa interbancária da zona do euro (Euribor). Enquanto isso, o suíço UBS informou que separou uma boa quantia de dinheiro para possíveis processos judiciais sobre fraudes com a Libor, e o RBS também se prepara para potenciais impactos adversos.

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As notícias de que a polícia italiana agora está envolvida nas investigações sobre possíveis fraudes com as taxas de juros interbancárias na Europa reforçam a noção de que o escândalo pode levar anos para ser inteiramente esclarecido. As operações do Barclays na Itália já estavam sob escrutínio antes disso, com quatro executivos do banco aguardando julgamento em dois casos separados. Um desses casos envolve práticas de empréstimos duvidosas, enquanto o outro está relacionado a um esquema de sonegação de impostos.

No caso do UBS, o diretor financeiro do banco suíço, Tom Naratil, disse em uma entrevista coletiva que o banco separou provisões para possíveis perdas com o escândalo da Libor. "A cada trimestre nós passamos por um processo de provisionamento e avaliamos o que é provável. Nós acreditamos que estamos adequadamente provisionados", comentou ele, sem dar valores. Segundo o banco, as investigações sobre a possível manipulação da taxa podem resultar em processos judiciais e queixas contratuais de clientes e outras contrapartes.

O UBS está entre os quase 12 bancos investigados por autoridades europeias e norte-americanas por supostamente terem manipulado a Libor, uma taxa referencial usada em vários tipos de empréstimos e outros produtos financeiros, que somam trilhões de dólares. Em fevereiro, o UBS disse que chegou a um acordo de imunidade com o Departamento de Justiça dos EUA e autoridades na Suíça e no Canadá, que pode lhe fornecer certa proteção contra decisões relacionadas a alguns tipos de transações.

Já no RBS, o escândalo da Libor pode derrubar o executivo-chefe Stephen Hester. Segundo fontes ouvidas pelo Wall Street Journal, o banco estaria negociando com as autoridades reguladoras um acordo para encerrar as investigações sobre a tentativa de manipulação da taxa. Embora Hester tenha um grande apoio dentro e fora do banco, o escândalo pode levar alguns políticos a pressioná-lo para deixar o cargo, já que o governo britânico tem uma participação de 83% na instituição.

Segundo duas pessoas com conhecimento do assunto, em um esforço para minimizar o impacto de qualquer possível acordo sobre a fraude da Libor, o RBS tem criticado publicamente o comportamento inadequado de alguns banqueiros e, internamente, está preparando um plano de sucessão para Hester.

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