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Bancos franceses podem ter perdas expressivas, diz FMI

Por AE
Atualização:

O setor financeiro na França corre o risco de sofrer perdas com uma potencial deterioração da crise de dívida na Europa e precisa levantar mais capital para amenizar o impacto, alertou na noite desta sexta-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI). Ainda segundo o FMI, o país tem "grande" chance de receber novos rebaixamentos por parte das agências de ratings devido à elevada dívida pública e ao enorme déficit orçamentário em relação a outras nações. Além disso, o fundo informou que, sob teste de estresse, um dos oito maiores bancos franceses não será capaz de cumprir as obrigações mesmo com o suporte do Banco Central Europeu (BCE).A sombria perspectiva surgiu na Avaliação de Estabilidade do Sistema Financeiro do país feita pelo FMI, que autoridades francesas pediram que fosse publicada antes do fim de semana prolongado. "Uma piora da situação na Europa pode levar à alta do custo de crédito e à maiores spreads soberanos, o que possivelmente resultará em perdas significativas para alguns bancos e potencialmente minará os esforços para levantar capital", declarou o órgão.De acordo com o documento, os bancos franceses serão afetados desproporcionalmente pelo aumento do estresse nos países endividados, como Itália e Espanha, dada a sua maior exposição a essas nações. "Os bancos franceses continuam mais vulneráveis a rupturas nos mercados, apesar das melhorias em posições de liquidez e do alívio fornecido pelo financiamento de longo prazo do Banco Central Europeu", acrescentou o relatório. Dados do Banco Internacional de Compensações (BIS, em inglês) mostraram que a exposição dos bancos franceses à Espanha e à Itália totalizou cerca de US$ 550 bilhões no fim do ano passado. Isso pode acarretar em perdas para os bancos a partir da queda na qualidade dos empréstimos e de títulos soberanos de menor valor, esclareceu o FMI.Os oito grandes bancos franceses que passaram pelos testes de estresse são BNP Paribas, Credit Agricole, Société Genérale, Groupe Credit Mutuel, Groupe BPCE, HSBC France, Caisse des Depots et Consignations e La Banque Postale. O fundo se recusou a dar detalhes sobre cada banco. As informações são da Dow Jones.

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