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Bancos não terão mais limite máximo para compra de dólares

Criado em 2002, o limite tinha como objetivo conter a alta do dólar frente ao real que vinha sendo provocada pelas incertezas do cenário eleitoral.

Por Agencia Estado
Atualização:

O Banco Central (BC) adotou hoje mais uma medida para conter o processo de valorização do real frente ao dólar, ao acabar com o limite de US$ 6 milhões para as operações de compra de moeda estrangeira feitas individualmente pelos bancos - a chamada posição comprada em câmbio, no jargão dos técnicos. A medida entra em vigor na segunda-feira. Criado em 2002, o limite tinha como objetivo conter a alta do dólar frente ao real que vinha sendo provocada pelas incertezas do cenário eleitoral. "O cenário agora é outro e o BC está se ajustando ao momento atual", disse o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e professor do Ibmec do Rio de Janeiro, Carlos Thadeu de Freitas. Ele explica que a decisão pretende criar uma demanda adicional pela moeda norte-americana no mercado doméstico, criando condições para que as cotações se sustentem. "Vamos ter novos agentes interessados em comprar dólares a partir de segunda-feira", disse ele. O BC, por sua vez, informou por meio da assessoria de imprensa que a decisão dará mais eficiência ao processo de formação de preços nos mercado de câmbio. Críticas ao real forte A valorização do real vem provocando queixas cada vez maiores de exportadores, já que o dólar mais barato reduz o ganho das vendas no exterior, sobretudo em setores com estrutura de custos mais rígida, como o de calçados. Integrantes do governo, a exemplo do ministro do Desenvolvimento Luiz Fernando Furlan, também vêm mostrando desconforto com a queda do dólar, preocupados com os prejuízos que ela acarreta para as exportações. Neste ano, o dólar caiu 12,4% em relação ao real. A variação só não foi maior porque nas últimas semanas o BC tem agido mais intensamente para conter a queda, seja comprando dólares no mercado, seja fazendo operações no mercado futuro, chamadas de "swap reverso", em que oferece contratos que pagam taxas de juros em troca de operações feitas em dólar. As compras diretas e dólares do BC neste ano já somam mais de US$ 21 bilhões.

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