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Bancos privados brasileiros consolidam presença na Flórida atrás da alta renda

Enquanto o Itaú trabalha para expandir a sua atuação no Estado, o Bradesco está perto de concluir a compra do quinto maior banco da região, que tem cerca de 10 mil clientes

Foto do author Aline Bronzati
Por Aline Bronzati (Broadcast)
Atualização:

O possível recuo do Banco do Brasil em relação à venda do seu banco em Miami, na Flórida, está em linha com a estratégia dos rivais privados, que têm reforçado a presença por lá. Enquanto o Bradesco está perto de concluir a compra do BAC Florida Bank por US$ 500 milhões, o Itaú Unibanco preferiu crescer de forma orgânica e pediu uma nova licença ao Banco Central para ampliar sua atuação nos Estados Unidos.

Assim como na Europa, o foco dos bancos brasileiros no mercado americano está voltado, principalmente, ao público de alta renda, atrás dos brasileiros ricos, e ainda no suporte a empresas, servindo de ponte para aquelas que vão para lá e vice e versa. O potencial da clientela private foi exatamente o que levou o Bradesco a comprar o BAC. Antes, o banco chegou a avaliar o BB Americas - ainda que em uma análise superficial -, mas o ativo não interessou.

Bradesco está bem perto de concluir a compra do BAC por US$ 500 milhões. Foto: BAC Florida Bank

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Depois de receber a última autorização que faltava para a aquisição, por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), o Bradesco está perto de concluir a compra do BAC, o que é esperado para breve, conforme apurou o Estadão/Broadcast. A aquisição adiciona US$ 2,26 bilhões em ativos, de acordo com números do ano passado, o que o posiciona como o quinto maior banco local do Sul da Flórida, além de 10 mil clientes, sendo quatro mil CPFs de estrangeiros.

O BAC traz um reforço de plataforma de investimentos e serviços do Bradesco, com foco em câmbio, contas, cartões e financiamento imobiliário, diz um executivo, que falou ao Estadão/Broadcast na condição de anonimato. Além disso, faz parte da reestruturação do seu banco de alta renda, um dos desafios da gestão de Octavio de Lazari, que completa três anos no comando da instituição em março próximo.

Já o concorrente Itaú Unibanco solicitou no início do ano passado uma nova licença para expandir sua atuação na Flórida, onde já atua. Na época, informou que tal passo consumiria cerca de US$ 18 milhões em investimentos.

Procurado, o Itaú "confirma que vem desenvolvendo novos produtos e serviços aos clientes no âmbito da licença solicitada ao Banco Central no ano passado". BB e Bradesco não comentaram.