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Bancos privados retomam a liderança no crédito

Por Fernando Nakagawa e Fabio Graner
Atualização:

BRASÍLIA Depois de terem sido peças importantes na estratégia de enfrentamento do impacto da crise internacional no Brasil, os bancos públicos foram perdendo ímpeto ao longo do ano e, no último mês de 2010, perderam de vez a liderança para os bancos privados nacionais em termos de ritmo de expansão do crédito. De acordo com os dados divulgados ontem pelo Banco Central, a alta do estoque de financiamento das instituições públicas em 2010 foi de 21,5% sobre 2009, enquanto o sistema financeiro privado nacional se expandiu a uma taxa de 22,4%. Até novembro, os públicos cresciam em 12 meses mais do que os privados nacionais: alta de 23,6% do primeiro grupo contra 21,5% do segundo.Em janeiro de 2010, o ritmo de expansão das instituições do governo em 12 meses estava na casa de 32,2%, bem acima dos quase 9% praticados pela iniciativa privada de capital nacional. Naquele momento, tanto analistas do setor privado quanto do governo já começavam a traçar um cenário de que, com a recuperação da economia e a volta da confiança, os bancos privados iriam se tornar mais agressivos e competir para retomar o espaço perdido para o setor público. De fato, isso aconteceu.Convergência. Assim, o ritmo dos dois segmentos foi ao longo do tempo convergindo e, no mês passado, o setor privado reassumiu a dianteira no crescimento do crédito.Apesar disso, os públicos ainda detêm a maior parte do estoque de financiamentos no sistema financeiro nacional, embora os dois grupos estejam muito próximos de um empate. Do total de R$ 1,7 trilhão em estoque de créditos, as instituições públicas fecharam 2010 com R$ 713,9 bilhões (41,9%), enquanto os privados nacionais, com R$ 693,6 bilhões (40,7%). O restante está nas mãos dos bancos privados estrangeiros, que ainda crescem em um ritmo bem mais moderado - eles fecharam o ano passado com alta de 13,9% no saldo de crédito, com 17,4% do estoque total. O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, afirmou que o quadro mostrado no final do ano confirma que os bancos privados nacionais aumentaram a concorrência para recuperar o espaço perdido. Ele descartou a hipótese de os bancos públicos terem colocado um pé no freio nos financiamentos, alinhando-se ao esforço do BC de conter a expansão do crédito.

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