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Banqueiros apoiam plano de Obama

Em reunião na Casa Branca, presidente americano pediu a bancos colaboração para restaurar sistema

Por AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
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O presidente americano, Barack Obama, pediu ontem aos executivos-chefes dos 15 maiores bancos dos Estados Unidos que lidem com os ativos tóxicos que provocaram a seca no mercado de crédito para empresas e consumidores. Em encontro na Casa Branca, os banqueiros manifestaram boa vontade e confiança no plano do governo de salvar o sistema financeiro. A reunião do presidente com os executivos de bancos foi uma "conversa franca, produtiva, boa", segundo o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs. "O presidente enfatizou que Wall Street precisa de Main Street e que Main Street precisa de Wall Street", disse Gibbs, numa referência à relação entre o mercado financeiro e a economia real. Obama discutiu uma série de questões, incluindo a reforma na regulação do sistema financeiro dos EUA. Segundo Gibbs, os banqueiros se mostraram abertos à criação de novas regras. "Posso dizer que eles concordaram sobre a necessidade de atualizar a estrutura regulatória", disse Gibbs. A proposta prevê também maiores poderes ao governo para assumir um número maior de instituições financeiras não bancárias em dificuldades, como a seguradora AIG. Também foi discutido no encontro o plano do secretário do Tesouro, Timothy Geithner, para ajudar os bancos a limpar de seus balanços de pagamento os ativos tóxicos. Pelo programa, detalhado esta semana, o governo americano vai contar com a ajuda de investidores privados para assumir US$ 1 trilhão de ativos atrelados em hipotecas. "Nós queremos ver a recuperação americana", disse Robert Kelly, do Bank of New York Mellon. O executivo demonstrou bastante confiança no plano do Tesouro. "Não conhecemos todos os detalhes, mas achamos que é um primeiro passo realmente encorajador", disse. "Acho que esse plano atrairá muito interesse." O executivo-chefe da agência hipotecária Freddie Mac, John Koskinen, também afirmou que os bancos manifestaram apoio ao plano. Para o executivo-chefe do Wells Fargo, John Stumpf, a conversa com o presidente americano aumentou o comprometimento entre os envolvidos. "A mensagem básica é que todos nós estamos nisso juntos." O executivo-chefe do Bank of America, Ken Lewis, ao ser indagado se seu banco planeja retornar os recursos recebidos do governo como parte do Programa de Alívio de Ativos Problemáticos (Tarp, na sigla em inglês), disse que é prematuro adotar essa decisão porque os bancos ainda estão passando pelos testes de estresse do governo. Os banqueiros comentaram, no entanto, que o encontro foi ofuscado pela divulgação dos seus balanços de negócios em março. Lewis, do Bank of America, comentou que "o balanço de negócios de março não foi bom". Jamie Dimon, executivo-chefe do JPMorgan Chase, disse que "março foi um pouco duro". Dimon disse que Obama fez muitas perguntas e admitiu: "nós sabemos dos erros que cometemos", sobre as compensações milionárias a executivos.

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