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Banqueiros encaram a fúria da Câmara

Oito executivos foram chamados a justificar uso de US$ 165 bi nos EUA

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Por Redação
Atualização:

Numa tensa audiência no Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, oito executivos-chefes de alguns dos maiores bancos americanos foram chamados ontem para justificar como têm usado os US$ 165 bilhões que receberam do governo dentro do Programa de Alívio de Ativos Problemáticos (Tarp), no fim de 2008. E encararam a fúria do público sobre o papel que têm exercido na crise financeira. "A América não confia mais em vocês. Eu não tenho mais nenhum centavo nos bancos de vocês, não quero meu dinheiro enfiado em CDOs, credit default swaps e bônus gigantescos", disse o deputado democrata Michael Capuano aos representantes do Citigroup, Goldman Sachs, Morgan Stanley, JPMorgan Chase, Bank of New York Mellon, Bank of America, State Street Corporation e Wells Fargo. "Vocês vêm aqui nas suas bicicletas, depois de comprar biscoitos das bandeirantes e ajudar a Madre Teresa para dizer: ?desculpe, não faremos de novo, confiem em nós.? Tem gente no meu distrito que roubou de seus bancos e também diz a mesma coisa." Os congressistas pediram que os executivos reconhecessem a "ira" dos contribuintes motivada pela pouca transparência sobre a administração dos fundos. E acusaram as instituições de não usar o dinheiro para atender a uma das exigências do plano: flexibilizar o crédito aos consumidores e empresas. Os deputados pediram ainda que os bancos trabalhem junto com o Congresso para encontrar meios de fazer o crédito fluir novamente e formular novas regulamentações. "Eu peço energicamente que vocês cooperem conosco", disse o presidente do Comitê, o deputado democrata Barney Frank. O tom dos banqueiros foi de mea-culpa. O executivo do Goldman Sachs, Lloyd Blankfein, reconheceu a percepção da opinião pública, às vezes "com razão", de que "Wall Street perdeu de vista suas amplas obrigações públicas". E o CEO do Morgan Stanley, John Mack se desculpou dos equívocos cometidos pela sua empresa. Mas todos tentaram convencer os céticos congressistas de que estão realmente usando os fundos para aumentar os empréstimos. "Estamos emprestando e emprestamos bem mais por causa do Tarp", afirmou o CEO do Bank of America, Kenneth Lewis. HIPOTECAS Citigroup e Bank of America se dispuseram a suspender as execuções de hipotecas até o presidente Barack Obama anunciar um novo plano para ajudar os proprietários que enfrentam dificuldades em manter suas casas.

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