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Barbosa: governo tem agido para inflação voltar à meta

Por Fabio Graner
Atualização:

O secretario de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou hoje que as medidas do governo no sentido de combater a alta dos preços são suficientes para trazer a inflação de volta para o centro da meta, de 4,5%, sem sacrificar o crescimento econômico e as conquistas sociais. Ele afirmou que o Brasil foi afetado pela escalada inflacionária global, mas que o governo não esta impassível a isso e trabalha no sentido de combater os efeitos de segunda ordem dos choques externos, ou seja, atua para evitar que a inflação se alastre. Barbosa, que assumirá a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, em substituição a Bernard Appy, disse que o momento é de unidade para conter a inflação. Ele ressaltou que as medidas adotadas pelo governo ainda não estão com 100% de efeito sobre a economia, embora já estejam provocando uma pequena desaceleração no nível de atividade. "As medidas trazem a inflação para a meta, sem prejudicar o crescimento. Há fundamentos reais que sustentam o crescimento em um patamar de 4,5% a 5% este e nos próximos anos", afirmou. Previsões Barbosa informou que está trabalhando na revisão das projeções para 2009. A previsão atual de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para o ano que vem é de 5%. Mas, diante do cenário externo conturbado, Nelson admite que vai revisar o número, sinalizando que o movimento é para baixo. Ele, contudo, reafirmou que considera factível crescer entre 4,5% e 5% em 2009. Em relação à meta de inflação para 2010, o secretário disse que a manutenção do centro da meta em 4,5%, anunciada pelo Conselho Monetária Nacional (CMN) esta semana, visa deixar claro que o governo não deixará a inflação fugir da meta, apesar dos choques sobre a economia. Porém, quanto ao período de convergência da inflação para os 4,5%, ele disse que essa é uma "decisão do dia-a-dia da política monetária". Ele lembrou que o cenário tanto do mercado como do Banco Central aponta para a inflação já próxima do centro da meta em 2009. Ele não disse se há uma decisão do governo sobre uma eventual trajetória mais lenta de retorno da inflação para o centro da meta. "Se vai ser mais rápido ou não, depende do que ocorrerá daqui para a frente. A política é ajustada ao longo do tempo", afirmou. Mudanças Barbosa destacou que as alterações na pasta não significam mudança de política e de orientação. Ele disse que vai manter um trabalho forte de coordenação de política econômica, atuando também no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e na política industrial, mas afirmou que, no atual momento, que combina uma fase de turbulências econômicas em um ano eleitoral, é muito importante que se atue no sentido de gerenciar as expectativas. "Não é fase de criar falsos embates e polêmicas desnecessárias", afirmou. Barbosa afirmou que as mudanças na Fazenda já estavam previstas há alguns meses. Segundo ele, a idéia é reforçar a equipe, já que Bernard Appy (que será assessor especial do ministro da Fazenda, Guido Mantega) ficará focado nas reformas (tributária e estruturais). Barbosa assumirá o novo cargo no dia 21 de julho.

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