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Barioni tenta resgatar ''''velha'''' TAM

Inspirado no comandante Rolim, novo presidente faz corpo a corpo no aeroporto para recuperar imagem do grupo

Por Mariana Barbosa
Atualização:

Em uma tentativa de resgatar o legado do comandante Rolim Amaro, fundador da TAM, o novo presidente da companhia, David Barioni Neto, passou o fim da tarde na última sexta-feira no aeroporto de Congonhas, conferindo as filas do check-in. Desde que assumiu o cargo, em novembro, com a missão de "resgatar a excelência dos serviços", esse foi seu terceiro corpo a corpo com passageiros. Fez o mesmo às vésperas do Natal e do ano-novo. Em breve, os passageiros da ponte aérea Rio-São Paulo também poderão se deparar com o próprio Barioni no comando do avião. Piloto de formação, Barioni está atualizando seu brevê para poder pilotar Airbus. Assim como fazia até setembro, quando deixou a vice-presidência técnica da Gol, Barioni pretende vestir o quepe azul e comandar um vôo de linha uma vez por semana. "Faltam algumas horas de simulador", diz. "Não vejo a hora." Muito à vontade no cargo, Barioni diz que está "adorando" a vida na TAM. "Na minha veia corre querosene", afirma ele, que sente o cheirinho de querosene de aviação (QAV) da janela de sua sala na TAM, de onde se vê a pista de Congonhas. Para dar conta das exigências do principal cargo executivo da maior companhia aérea do País, Barioni chega à empresa por volta das 6h30 e só sai às 22 horas. "Estou trabalhando pelo menos três horas a mais (do que na Gol)." Com o crescimento acelerado dos últimos anos, a TAM se distanciou de um atendimento de qualidade, que até poucos anos atrás era sua principal bandeira de marketing. O antecessor de Barioni, Marco Antonio Bologna, levou a companhia às bolsas e promoveu uma forte redução de custos, mas não conseguiu manter a qualidade. Para Barioni, esse "contato com o chão de fábrica" é fundamental para sua missão de resgatar a imagem da TAM, manchada também por causa do acidente com o A320 em julho. "Freqüento aeroporto há 32 anos. Conheci minha mulher no check-in", conta Barioni, que foi piloto da Vasp. Na sexta-feira, ele comemorou a ausência de problemas nos aeroportos. "Está vendo alguém bravo aqui hoje?", brincou. "Estamos com uma taxa de ocupação de 82% nesse carnaval. Vamos transportar 88 mil passageiros (na sexta)." O número só é inferior ao da véspera do Natal, quando 92 mil pessoas viajaram de TAM. Dentre os esforços para aumentar a fluidez das filas e melhor atender o passageiro, Barioni cita o check-in eletrônico. "Estamos investindo bastante nessa ferramenta e hoje mais de 50% do check-in vai ser feito por meio eletrônico. Em três anos, acredito que a gente passe a barreira dos 60%." Internamente, Barioni vem realizando mudanças, sobretudo na área operacional, para acomodar os profissionais que levou da Gol. Com a mudança, foram todos promovidos. STAR ALLIANCE Barioni revela que "até julho" a TAM assinará "com certeza" um acordo com uma das três alianças internacionais - passo importante para fidelizar o passageiro e aumentar sua projeção no exterior. Barioni não revela qual, mas, pelos acordos que a TAM possui, com companhias como Lufthansa, TAP e United Airlines, no mercado ninguém tem dúvidas de que será a Star Alliance. "Dizem que o fluxo de passageiros, o que não significa receita, aumenta de 7% a 12%. Estamos fazendo as contas para ver se é isso mesmo." E enquanto a Varig suspendeu operações na Europa, como Londres e Frankfurt, a TAM segue expandindo sua malha internacional. Para este ano, estão previstos três novos vôos, dos quais dois estão definidos: Rio-Miami e Rio-Nova York. No mercado doméstico, Barioni prevê queda na taxa de ocupação este ano: deve ficar entre 60% e 64%, ante 71% em 2007. Enquanto a demanda do setor deve crescer de 9% a 12%, a oferta da TAM crescerá 14%. Ele descarta aumentos de tarifas. "Esse ?duopólio? é de acirradíssima concorrência e estamos fazendo promoções. Mas o yield (receita unitária) deve ficar estabilizado."

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