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Barnier, da UE, busca acordo com Alemanha sobre bancos

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Por Redação
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O comissário europeu Michel Barnier, que está em conflito com a Alemanha sobre sua proposta de dar ao Banco Central Europeu (BCE) poderes para supervisionar todos os bancos da zona do euro, afirmou nesta quinta-feira que tentará alcançar um acordo com Berlim. Ao falar para repórteres na capital da Alemanha, o chefe de serviços financeiros do bloco disse: "É claro que trabalharemos num acordo com Berlim e com outras capitais europeias." Dar ao BCE um papel maior faz parte dos esforços da zona do euro para dar uma resposta de longo prazo à crise da dívida soberana, que foi complicada por dívidas podres pesando sobre muitos bancos do bloco. A base do acordo seria uma descentralização extensa da supervisão bancária, disse Barnier, enquanto destacava a necessidade de um sistema de supervisão integrado a fim de restaurar a estabilidade financeira na zona do euro. O governo da chanceler Angela Merkel quer que os novos poderes de supervisão do BCE apliquem-se somente a instituições sistematicamente relevantes ou supranacionais --uma posição que ganhou claro apoio dos parlamentares de sua coalizão de centro-direita esta semana. Mas Barnier apontou para os bancos que passaram por dificuldades recentemente, e disse que estes tendem a ser instituições pequenas e médias como Bankia, Dexia e Northern Rock, em vez de instituições supranacionais e sistematicamente importantes. "É por isso, após muitas discussões, que sugerimos que deve ser possível (para o BCE) supervisionar todos os bancos, mas isso será, com certeza, funcionalmente executado por supervisores nacionais", acrescentou. "(O supervisor bancário alemão) BaFin manterá seu papel, mas haverá uma espécie de manual para todos os bancos que ficarem sob o controle do supervisor europeu. As autoridades nacionais serão, com certeza, aquelas a colocar o conteúdo desse manual em prática." Barnier, em visita a Berlim para encontrar-se com políticos e grupos de empresários, afirmou que os supervisores nacionais continuarão sendo responsáveis por proteger os consumidores e por tomar medidas contra a lavagem de dinheiro. (Reportagem de Michelle Martin)

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