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Barreira agrícola provoca racha entre emergentes

Por AE
Atualização:

Os países emergentes e mesmo o Mercosul não se entendem sobre qual deve ser a prioridade das negociações desta semana na Organização Mundial do Comércio (OMC). O centro da discórdia é o acesso para produtos agrícolas aos mercados da China e Índia. O ministro das Relações Exteriores, o chanceler Celso Amorim, deixou claro que o Brasil abandonaria seus interesses exportadores para garantir a unidade dos países emergentes neste momento. Já a Argentina se recusou a fazer novas concessões. "A unidade dos emergentes será fundamental neste momento. Precisamos evitar a tentação de nos dividir?, alertou o chanceler. Ele acredita que uma nova proposta comercial deverá ser apresentada pela OMC até o fim da semana e, junto com outros emergentes, defendeu uma revisão completa das exigências de cortes de tarifas para bens industriais. Mas o problema é que os países emergentes importadores de alimentos querem ter o direito de impor barreiras contra produtos agrícolas caso verifiquem que há um crescimento exagerado da entrada de bens. Índia, Indonésia e outros governos não querem que sua segurança alimentar ou produção doméstica seja afetada por outros produtores. Para esses governos, se as importações atingirem um certo nível, um mecanismo de salvaguarda seria acionado e a importação seria bloqueada. Mas Paraguai e Uruguai decidiram apresentar uma proposta sugerindo que o mecanismo seja limitado. "As barreiras precisarão ser justificadas e apenas provisórias", afirmou o chanceler paraguaio, Ruben Ramirez. Amorim deixou claro que o Brasil é favorável à proposta, mas, como coordenador do grupo dos países emergentes, não pode adotar uma posição de apoio público à iniciativa. A Índia se recusou a falar do projeto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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