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Barreiras provocam escassez de produtos

Por BUENOS AIRES
Atualização:

"Não queremos importar nem um prego! Queremos que tudo seja produto argentino!" Com estas palavras, pronunciadas em dezembro, poucos dias antes da posse de seu segundo mandato, a presidente Cristina Kirchner deixou claro que sua cruzada anti-importações era a sério. O governo em peso está mobilizado para blindar as fronteiras e evitar a entrada de produtos estrangeiros. Os próprios sócios do Mercosul - entre os quais o Brasil - também foram atingidos pelas barreiras, que violam o espírito de livre comércio do bloco. No início deste mês, 40 países, entre os quais os EUA, os integrantes da União Europeia e o México, denunciaram as barreiras na Organização Mundial do Comércio (OMC). Porém, o governo Kirchner não se intimidou com a possibilidade de isolamento internacional cada vez maior e disse que pretende continuar em sua política comercial. Segundo o vice-presidente argentino, Amado Boudou, a política protecionista "é útil para os argentinos". "Não estamos contra as importações. Estamos protegendo a indústria argentina."Atualmente são escassos na Argentina pneus importados para ônibus, telefones BlackBerry, HDs para notebooks, peças para aparelhos de tomografia, fraldas, líquido para revelação de raio-x, máquinas para tratamento de madeiras, peças para câmeras fotográficas e produtos da Nike, Adidas, Lacoste e Levi's, entre outros. As facas Tramontina - vendidas na Argentina há mais de duas décadas - também estão em falta. As barreiras ao produto levaram a empresa a rescindir o contrato de patrocínio com o clube River Plate. Os ferros de passar e os liquidificadores também se tornaram espécie em extinção. Desde dezembro, argentinos atravessam o Rio da Prata para comprá-los no Uruguai. / A.P.

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