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Barros: redução do compulsório é lenta

Para o ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros a redução do compulsório está num ritmo muito lento. O percentual, na sua opinião, deveria estar em 20%. Num cenário de crescimento econômico, o compulsório alto dificulta essa expansão.

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, afirmou ontem, durante seminário sobre juros no Brasil promovido pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, que o Banco Central tem sido muito lento na redução do compulsório cobrado dos bancos em depósitos à vista. Segundo ele, existe um "excesso de cautela" em relação à redução deste compulsório, que já deveria estar em 20%. "Nós não precisamos de um compulsório de 45% a esta altura (da evolução da economia)", disse. "Infelizmente, existe um medo exagerado de se expandir o crédito no País", completou. Na avaliação do ex-ministro, os três setores que impulsionaram o aumento da produção da indústria brasileira este ano foram justamente aqueles que tiveram expansão na oferta de crédito: automóveis, eletroeletrônicos e móveis. Setores como os de alimentos, vestuário e remédio, que não registraram aumento de crédito, tiveram, no mesmo período, retração de 1,5% em sua produção. "Nossa recuperação econômica vem do crédito, e não da renda." Para evitar que a redução do compulsório resultasse na utilização desse dinheiro na aplicação em títulos públicos por parte dos bancos, o governo poderia definir uma regra de transição. Compulsório As decisões do Banco Central na política monetária, a qual tem finalidade de administrar o volume de recursos numa economia, tomará a decisão de reduzir o percentual dos depósitos compulsórios - quantidade de dinheiro que as instituições financeiras devem deixar sob custódia do Bacen - quando o objetivo for de crescimento econômico. Na ocorrência dessa redução do compulsório, os bancos têm a oportunidade de reduzirem seus juros. Isso porque, com uma maior quantidade de recursos destinada ao crédito, a tendência das taxas de juros é de queda, o que favorece uma expansão econômica.

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