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Base vê dificuldade para aprovar pacote fiscal no Congresso

Na avaliação de líderes de partidos aliados do governo, a maior dificuldade será aprovar as medidas que afetam o funcionalismo público

Por Igor Gadelha
Atualização:

BRASÍLIA – O pacote fiscal enviado pelo governo enfrentará resistência não só da oposição como da própria base aliada no Congresso. Na avaliação de líderes de partidos da base, a maior dificuldade será aprovar as medidas que afetam o funcionalismo público.

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O líder do PSD na Câmara, Marcos Montes (MG), afirma que a maior resistência deve ser à proposta que aumenta de 11% para 14% a alíquota previdenciária de servidores que ganham acima do teto do INSS, de R$ 5.531,31. “A questão do adiamento do reajuste pode ser mais fácil, porque, com a crise, muitas categorias até da iniciativa privada não tiveram reajuste. Então, temos base para discurso. Já a alíquota previdenciária é mais difícil”, disse Montes, que comanda a quinta maior bancada da Casa, com 38 deputados. O PSD comanda dois ministérios (Fazenda e Cidades).

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Líder do PSD na Câmara, deputado Marcos Montes Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

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O líder do PR, deputado José Rocha (BA), também prevê que o governo terá dificuldade para aprovar as propostas que atingem os servidores públicos. “O momento não aconselha decidir sobre matérias desse nível”, disse o político baiano, que integra a sexta maior bancada da Casa, com 37 deputados. No governo Michel Temer, o PR tem o Ministério dos Transportes.

A oposição, que hoje reúne cerca de 120 deputados, já anunciou que é contra as duas medidas que atingem o funcionalismo público. “O governo está fazendo um super arrocho no funcionalismo, reduzindo brutalmente os salários dos servidores”, disse o líder do PT, Carlos Zarattini (SP).

Como o pacote fiscal foi enviado pelo governo por meio de medida provisória (MP), a primeira etapa da tramitação dele no Congresso será em uma comissão mista formada por deputados e senadores.

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Das comissões mistas, as matérias seguirão para o plenário da Câmara e, em seguida, para o do Senado. Para serem aprovadas, basta terem apoio da maioria simples dos parlamentares presentes no plenário de cada Casa no momento.

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