BRASÍLIA - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, está sendo pressionado pela diretoria e pelo Conselho de Administração do banco a dar uma resposta mais contundente e rápida sobre a auditoria contratada para desvendar a suposta caixa-preta nas operações feitas entre 2005 e 2018.
Conforme apurou o Estado, a preocupação agora é com a investigação do contrato pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Os diretores do BNDES querem se adiantar e marcar uma audiência com o relator das contas do banco no TCU, Augusto Sherman, nos próximos dias, para apresentar dados adicionais da auditoria.
A contratação envolve também os ex-presidentes da instituição no governo Michel Temer, Paulo Rabello de Castro e Dyogo Oliveira, que também cobram agilidade. Causou enorme desconforto a tentativa de Montezano de responsabilizar o governo MichelTemer pelo custo da auditoria.
Depois que o Estado revelou que o BNDES desembolsou R$ 48 milhões, nova reportagem mostrou que a gestão Montezano aumentou em US$ 3,5 milhões, cerca de R$ 15 milhões o valor da auditoria que prometia abrir a “caixa-preta” da instituição, o que piorou a situação.
A avaliação de diretores e conselheiros do BNDES é que o banco está sendo muito lento para responder e divulgar uma nota justificando a contratação e a necessidade da auditoria externa que investigou as operações, com um passo a passo do contratado. Uma coletiva à imprensa chegou a ser planejada, mas depois foi descartada.