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Batlle deve anunciar hoje novo ministro de Economia

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Uruguai, Jorge Batlle, deve anunciar ainda hoje o novo nome para ocupar o Ministério de Economia do país, depois da renúncia, ontem à noite, de Alberto Bensión. Batlle está reunido com as forças políticas que sustentam o governo no Congresso. Fontes oficiais consultadas pela Agência Estado informaram, por telefone de Montevidéu, que o governo não mudará os rumos da política econômica nem da política monetária. Desde o dia 20 de junho, o Uruguai adotou o regime livre de flutuação para o peso. Essas fontes indicaram ainda que o objetivo do governo é preservar o sistema financeiro do país, que vem sofrendo duríssimas pressões desde que explodiu a crise econômica e financeira na Argentina. Batlle quer ainda preservar a solidez do Banco da República do Uruguai, uma espécie de Banco do Brasil uruguaio. O maior problema do país, no entanto, continua sendo financeiro e fiscal, apesar da ajuda declarada dos organismos multilaterais de financiamento. Entre dezembro do ano passado e o dia 17 deste mês, último dado oficial, as reservas internacionais encolheram 66%, passando de US$ 3,1 bilhões para US$ 1,05 bilhão. Há menos de dois meses, o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (Bird) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) asseguraram uma ajuda adicional de US$ 3 bilhões para o Uruguai até o final de 2003. Isto é, cerca de US$ 165 milhões em média por mês para garantir que o câmbio e, consequentemente, a inflação não disparassem. Para evitar queimar mais as reservas do país, o Banco Central do Uruguai (BCU) decidiu, desde a liberação do câmbio em junho, vender no mercado interno Letras do Tesouro de curto prazo (entre 30 e 90 dias). Mas as taxas que o governo vem pagando para garantir recursos já chegam a 100%. Outro problema do governo são as contas fiscais do país. No ano passadso, o déficit fiscal foi de 5,1% do PIB, absorvendo US$ 972 milhões das reservas. O compromisso fiscal com o FMI este ano é não passar de 2,5% do PIB.

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