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BB é o mais rentável das Américas

Por Renée Pereira
Atualização:

O Brasil alcançou em 2008 a liderança do ranking dos bancos mais rentáveis das Américas. Segundo levantamento feito pela empresa de informação financeira Economática, o Banco do Brasil (BB) foi o campeão de rentabilidade entre as 20 instituições financeiras com maior lucro no ano passado. O indicador (que mede a lucratividade de uma empresa em relação ao patrimônio líquido) ficou em 32,5%, bem acima do registrado pelos concorrentes (ver quadro na pág. B3). O Bradesco, segundo maior banco privado do País, é o vice-líder ao registrar retorno de 23,6%. Nos Estados Unidos, cujo setor bancário mergulhou numa onda de prejuízos astronômicos por causa da crise das hipotecas de alto risco, a melhor posição (3º lugar) foi alcançada pela American Express, cuja rentabilidade foi de 23%. Em 2007, o banco foi líder neste mesmo ranking, com retorno de 37,3%, enquanto o BB ficou na sexta colocação, com 23%. Outros dois bancos brasileiros figuraram na lista das 20 instituições: Itaú e Santander, com retornos de 21,5% e 5,4%, respectivamente. Para o economista da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg, a explicação para a escalada das instituições financeiras nacionais no ranking de rentabilidade está na deterioração do sistema financeiro norte-americano. "Os lucros foram muito afetados e o retorno sobre patrimônio caiu consideravelmente. Por outro lado, o indicador mostra a solidez dos bancos brasileiros." Especialistas, no entanto, têm outras justificativas para o resultado. João Augusto Salles, da consultoria Lopes Filho, lembra que a crise apenas despontou no Brasil no segundo semestre do ano passado. Até então a atividade econômica vinha registrando recordes consecutivos, como uma forte demanda por crédito, que bateu 40% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo Salles, o aumento da escala de operações combinado com o spread (diferença entre o custo de captação e o custo do dinheiro emprestado) elevado ajudou a turbinar os resultados dos bancos - neste ano, o spread médio superou 30 pontos porcentuais. Além disso, as instituições têm procurado melhorar seus índices de eficiência ao longo dos últimos anos, completa o analista da Austin Rating, Luis Miguel Santacreu. Para este ano, entretanto, a expectativa é que a a rentabilidade dos bancos tenha uma redução. Com o baixo nível de atividade e fraca demanda por crédito, os resultados virão um pouco menores. Mas nada que possa causar preocupação, garantem os especialistas. "Eles vão continuar ganhando muito dinheiro", diz Salles. Além da crise, outro fator que deve mexer nos números das instituições financeiras em 2009 são os ajustes devido às fusões e aquisições, diz o economista do Ibmec São Paulo, Alexandre Chaia. Estão nessa situação Santander, Itaú e BB.

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