O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, afirmou nesta terça-feira, 15, que a instituição prepara novas linhas de crédito que serão oferecidas às empresas da cadeia produtiva do pré-sal e as que estarão envolvidas nas obras para a Copa do Mundo de 2014.
Em entrevista após a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), Bendine informou que essa nova frente terá um reforço na oferta de funding para a melhoria da infraestrutura no País nos próximos anos. Ele deu como exemplo da atuação do banco nesse segmento o financiamento de R$ 1 bilhão concedido pelo BB para o projeto da Usina Hidrelétrica de Jirau.
Durante a reunião do CDES, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que, atualmente, o principal problema do sistema financeiro deixou de ser a taxa Selic e passou a ser o spread bancário, diferença entre a taxa de captação paga pelas instituições financeiras e os juros cobrados dos clientes em empréstimo.
Após a afirmação de Lula, Bendine foi questionado se haveria espaço para que o BB continue a reduzir suas taxas mesmo com a esperada manutenção da Selic até pelo menos o fim de 2010. "Com certeza há espaço para cortes", disse o presidente do BB, ao lembrar que a expectativa de redução da inadimplência e das despesas do banco abrirá espaço que poderá ser repassado aos clientes. "Vamos transferir os ganhos para os nossos clientes".
Bendine disse que não encarou o discurso de Lula como uma bronca aos bancos. Segundo ele, a avaliação é exatamente o contrário. "Nunca ouvi o BB ser tão elogiado por sua atuação", disse, ao lembrar o início do discurso de Lula, quando o presidente da República exaltou o papel dos bancos públicos em meio à crise.