
08 de junho de 2009 | 17h19
De acordo com Guedes Pinto, o crescimento da participação do banco no crédito ao agronegócio não acontecerá pela saída de outros agentes ou retração na concessão de recursos de tradings (comercializadores), mas sim no uso das linhas já disponíveis. "A disponibilidade de crédito está muito aquém da necessidade do setor. Vamos trabalhar no limite das nossas possibilidades, usando os recursos dos depósitos à vista, da poupança rural e dos repasses do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e dos fundos constitucionais", disse o ex-ministro.
Apesar do crescimento previsto para o banco, Guedes Pinto voltou a afirmar que o atual modelo de financiamento ao setor produtivo está esgotado, mas que a criação de um novo sistema depende da maior articulação das lideranças do setor produtivo e empenho dos órgãos e entidades do setor político. Ele lembrou que o modelo atual cria uma série de limitações ao banco e aos produtores, já que toda vez que a classificação de risco de um produtor muda, as necessidades de provisionamento também se alteram.
O ex-ministro lembra que a carteira de crédito do Banco do Brasil teve um crescimento muito grande de recursos prorrogados desde 2003, quando teve início uma das últimas crises do agronegócio. Naquele ano, apenas 3% dos recursos da carteira do banco foram prorrogados. Até março deste ano, a carteira de crédito rural do Banco do Brasil tinha 22,6% dos recursos prorrogados. Dessa forma, a provisão que o banco precisou fazer cresceu 932%, passando de R$ 493 milhões em 2003 para R$ 5,08 bilhões até março deste ano. Nesse mesmo período a carteira do banco cresceu 137%, subindo de R$ 26,8 bilhões para R$ 63,4 bilhões, deixando claro que o risco do agronegócio para o banco aumentou mais do que a própria carteira.
Encontrou algum erro? Entre em contato