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BB: reestruturação do banco favorece ações

Analistas do mercado financeiro avaliam que as medidas de reestruturação vão limpar o balanço do BB e permitir que o banco cresça em crédito.

Por Agencia Estado
Atualização:

As medidas de reestruturação do Banco do Brasil (BB), divulgadas na sexta-feira pelo ministro da Fazenda Pedro Malan, fizeram com que as ações do BB disparassem na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Os papéis preferenciais (PN, sem direito a voto) abriram ontem em alta de 25,66% e, no meio da tarde, variavam 13%, cotados a R$ 10,70 por lote de mil. As ações ordinárias (ON, que dão direito a voto) subiram 15,14% na abertura do pregão, passando para valorização de 10% durante a tarde, a R$ 9,68 por lote de mil. O analista Paschoal Paione, da corretora Fator Doria Atherino, avalia que as medidas de reestruturação vão limpar o balanço do BB e permitir que o banco cresça em crédito. A reestruturação será feita, basicamente, com a troca de títulos velhos por papéis do Tesouro e pela transferência do risco de parte das operações de crédito para o governo. O BB será o único dos bancos federais a não ter um aumento de capital, o que foi considerado positivo pelo analista. A Caixa Econômica Federal, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e o Banco da Amazônia (Basa), que também fazem parte do programa de ajuste, serão capitalizados. Para Paione, o primeiro efeito da reestruturação será a adequação do BB ao índice do Acordo da Basiléia, incorporado pelas resoluções do Banco Central, que exigem patrimônio líquido de 11% dos ativos totais. Com a mudança, o BB passará para o nível de 11,5%. BB vai expandir carteira de crédito O segundo efeito, de acordo com Paione, é que o BB terá espaço para expandir a carteira de crédito e, conseqüentemente, gerar lucro. O analista disse ainda que o BB terá impacto positivo com a redução das provisões. Segundo ele, ao trocar títulos de grande risco por papéis de menor risco, a necessidade de provisões futuras diminui. O analista Antonio Klapka, do ABN Amro, afirmou que a adequação patrimonial do Banco do Brasil deixará a instituição mais competitiva. As grandes instituições privadas atendem ao padrão da Basiléia. Ele afirmou, porém, que as medidas ainda estão vagas para se calcular o impacto real no balanço do BB. O analista Mauro Mazzaro, da Planner Corretora, acredita que as medidas tornarão o banco mais atraente para o mercado. Segundo ele, é positivo o BB estar negociando com a Bolsa a adesão ao Selo Nível 1 de governança corporativa, que exige mais transparência na divulgação de informações e melhor tratamento aos acionistas.

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