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BB suspende negociações de compra do Banestes

Por Fernando Nakagawa
Atualização:

O Banco do Brasil anunciou na noite de ontem a suspensão das conversas para a compra do Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes). A decisão foi tomada diante da necessidade de concentrar esforços na integração de instituições recentemente adquiridas, como a Nossa Caixa e Votorantim, e pela percepção de piora da relação entre o custo e o benefício da operação. Iniciadas em fevereiro, as negociações entre o banco federal e o governo capixaba estavam ocorrendo em ritmo mais lento do que o esperado. A falta de avanço das negociações ocorreu principalmente pela avaliação do BB de que os benefícios da compra do Banestes seriam colhidos apenas no longo prazo. Além disso, existiam diferenças importantes quanto aos valores propostos pelas partes. Há a avaliação de que o cenário econômico atual e a experiência adquirida nos últimos negócios aprimoraram a percepção do BB a respeito de aquisições e dos benefícios desse tipo de operação. Diante desse quadro, a direção do banco federal preferiu suspender as negociações para se concentrar na incorporação das instituições já adquiridas. Apesar de as conversas entre as partes terem sido interrompidas, o banco federal não descarta retomar as negociações no futuro. A decisão de suspender as conversas com o Banestes, além disso, não vai interferir nas negociações que o BB mantém com o Governo do Distrito Federal visando a aquisição do Banco de Brasília (BRB). Nos bastidores do BB, a palavra que norteou a decisão sobre o Banestes foi "cautela". Há a percepção de que é preciso ser conservador com os novos negócios porque a incorporação das instituições adquiridas ainda vai demandar muito esforço. ESTRATÉGIAS A compra do Banestes fazia parte do grande plano do BB para crescer com a compra de outras instituições. Após mudança da legislação federal, o banco recebeu autorização para se expandir com incorporações, exatamente como fazem os concorrentes privados. Essa estratégia ganhou ainda mais importância após a união entre Itaú e Unibanco, negócio que tirou do BB o primeiro lugar do ranking dos maiores bancos no Brasil. Há, também, a estratégia do Palácio do Planalto de tornar o BB ainda mais forte para que a instituição reforce seu papel indutor no mercado bancário, principalmente de crédito, com a queda dos juros nos empréstimos. Além da Nossa Caixa e Votorantim, o Banco do Brasil também adquiriu o Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) e o Banco do Estado do Piauí (BEP).

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