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BC: acomodação do crédito reflete alta da taxa Selic

Por FABIO GRANER E FERNANDO NAKAGAWA
Atualização:

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, avaliou que o aperto monetário iniciado pelo BC em abril e as medidas prudenciais já tomadas para as operações de crédito têm resultado na "acomodação do ritmo de crescimento do crédito para pessoa física". Altamir explicou que a taxa Selic (juro básico da economia) mais alta e as decisões tomadas pelo governo, como o recolhimento compulsório para depósitos interbancários de empresas de leasing, têm elevado o custo de captação dos empréstimos, o que tem aumentado a taxa de juro praticada nessas operações. Na avaliação dele, isso tem reduzido a demanda por esses financiamentos, o que tem gerado a acomodação do mercado. "As taxas de juros subiram e as famílias perceberam", afirmou. Ele também lembrou que o prazo das operações de crédito para as pessoas física deixou de crescer nas últimas semanas. "O prazo deixou de ter um ritmo de crescimento frenético. A acomodação desses prazos torna a prestação mais elevada, o que impede alguns de tomar o crédito", disse. O chefe do Depec avaliou ainda que a acomodação do segmento de crédito para pessoa física revela que as famílias brasileiras estão "mais cautelosas" ao tomar crédito. Altamir citou ainda que é possível ver o esgotamento do espaço para crescimento de alguns segmentos específicos e deu como exemplo o crédito consignado, com desconto em folha de pagamento, voltado aos trabalhadores formais e aos aposentados. Segundo ele, esse segmento avançou fortemente nos últimos anos, o que reduziu o número de potenciais tomadores de novos créditos. "Antes, a taxa de crescimento era muito maior", disse.

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