BC afirma que decisão de elevar estoque de ouro em reservas não tem relação com câmbio

De maio a julho, o Banco Central comprou 62,3 toneladas de ouro no mercado internacional quase dobrando o estoque do metal nas reservas brasileiras

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Por Fabrício de Castro
2 min de leitura

BRASÍLIA - O Banco Central afirmou ao Estadão/Broadcast, por meio de sua assessoria de imprensa, que a decisão de elevar o estoque de ouro na carteira das reservas internacionais “não tem qualquer relação com a política cambial em vigor no País”. De maio a julho deste ano, o BC comprou 62,3 toneladas de ouro no mercado internacional e, com isso, quase dobrou o estoque do metal nas reservas brasileiras.

As operações dos últimos três meses chamaram atenção não apenas pelo volume envolvido, mas também porque desde novembro de 2012 o BC praticamente não alterava o montante do metal nas reservas, que no fim de julho estavam na casa dos US$ 355,7 bilhões. Desse total, US$ 7,7 bilhões eram de ouro.

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Ao tratar da questão, o BC afirmou que “o dólar continua sendo a moeda de referência das reservas internacionais”. Além disso, a instituição pontuou que “outros ativos também compõem as reservas internacionais em menor quantidade, a exemplo do ouro e de outras moedas”. O BC reconheceu ainda que o ouro é um ativo “bastante utilizado no processo de investimento das reservas internacionais pelos bancos centrais”.

O Banco Central quase dobrou o volume de ouro nas reservas internacionais nos últimos três meses. Foto: André Dusek/Estadão - 9/1/2018

De acordo com a autoridade monetária, os investimentos dos recursos das reservas são avaliados periodicamente, sendo que as decisões sobre a carteira de ativos são tomadas pela Diretoria Colegiada - órgão formado pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, e pelos oito diretores da instituição. Essas decisões estão em conformidade com os objetivos divulgados pelo próprio BC no Relatório de Gestão das Reservas Internacionais, documento publicado anualmente.

Ainda segundo o BC, o objetivo da gestão das reservas é obter uma carteira “que faça o hedge do passivo externo e que seja anticíclica, ancorada nos princípios de segurança, liquidez e rentabilidade”.

O BC esclareceu ainda que não adquire ou negocia ouro no mercado local. “Toda a armazenagem e negociação do ouro são feitas no mercado externo e seguem os procedimentos compatíveis com o padrão internacional”, completou a autarquia.

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