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BC americano é ameaça para América Latina, diz jornal

Para colunista do Wall Street Journal, Fed está exportando inflação para o mundo.

Por Da BBC Brasil
Atualização:

Após ser importunada durante décadas por desvalorizações monetárias e inflação, a América Latina enfrenta uma nova ameaça econômica: o Federal Reserve (Banco Central americano), afirma uma colunista do jornal americano The Wall Street Journal. "Durante décadas a América Latina foi importunada por desvalorizações monetárias, inflação e crescimento opaco. Mas tão logo alguns países-chave levaram a sério a estabilidade dos preços e começaram a usufruir dos benefícios trazidos pelo crescimento, a região está sendo ameaçada pelo Fed", diz Mary Anastásia O'Grady, que assina a coluna The Americas (As Américas). A colunista diz que o BC americano está "exportando inflação para o resto do mundo" à medida que o preço das commodities, atrelado ao dólar, está subindo às alturas. "Os países latino-americanos que atrelaram suas moedas ao dólar agora estão descobrindo que este padrão monetário está afundando." Culpar as vítimas Na avaliação da colunista, não tem sido fácil, mas nos últimos anos muitos bancos centrais da América Latina têm conseguido combater a inflação impondo taxas de juros mais altas do que o ideal. Tais medidas impopulares, no entanto, têm pouco efeito no combate à inflação, afirma O'Grady. Com o petróleo e as commodities com o preço atrelado ao dólar, que está vendo seu valor afundar, "não há outro lugar para as cotações desses bens irem a não ser para cima". A coluna diz que o Fed não se mostra disposto a assumir a responsabilidade pelos problemas com o dólar e agora "está culpando as vítimas - as economias emergentes - pelos problemas decorrentes da alta no preço dos alimentos e dos combustíveis". Além disso, o BC americano também ignora outra "grande asneira" americana, o gigantesco programa de etanol baseado no milho, o que tem contribuído para pressionar ainda mais o preço mundial dos grãos. "Eu achava que a Curva de Phillips - que alega que a inflação é um subproduto do crescimento - havia sido descartada há 30 anos. Mas aos olhos do Fed, parece que não", diz a colunista. "Mas com certeza esse modelo não é exemplo no Brasil, onde a expansão do investimento e do crescimento têm sido uma conseqüência do sucesso brasileiro ao implementar a correção monetária". Não é nada encorajador saber que autoridades do Fed acham que a inflação global é causada pelo crescimento e não tem nada a ver com o dólar fraco, diz a colunista. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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